Equipe TV Zimbo
Por Paloma Viricio
Determinação, luta e ousadia. É assim, que define Maria Kadimi (In Memorian), 20, os cinco anos que está vivendo no Brasil. Desde criança alimentou o sonho de ser jornalista e sempre brincava de entrevistar amigos e parentes. Veio da Angola, e no país do futebol está conseguindo concretizar a tão sonhada formação. Maria foi muito bem recebida pelos brasileiros e criou muitas amizades. Ela participa de festas e eventos da comunidade angola aqui no Brasil. Essa é uma forma de matar as saudades de casa e de sua cultura. Kadimi, mora com um de seus quatro irmãos, que também estuda fora do país de origem. Mas que uma história, a concretização de um sonho, virou uma lição de vida. Eram exatamente 6 horas da noite, dentro do terceiro vagão do trem destino à Japeri, estação Engenho de dentro, que começamos a entrevista.
Paloma Viricio: Por que você escolheu o Brasil como lugar para estudar?
Maria Kadimi: Porque já tinham pessoas da minha família estudando aqui no Rio de Janeiro, isso facilitou a escolha.
Paloma Viricio: Como foi a receptividade dos brasileiros?
Maria Kadimi: Fui bem recebida quando cheguei aqui , não sofri nenhum tipo de preconceito.
Paloma Viricio: Em que área do jornalismo pretende atuar? Já teve alguma experiência profissional?
Maria Kadimi: Quero atuar na Televisão. Já tive experiência na faculdade e em um estágio que fiz na TV Zimbo. É uma emissora da Angola, que faz entrevistas com personalidades brasileiras. Esse estágio me motivou ainda mais à seguir em frente na carreira que escolhi.
Paloma Viricio: O que é jornalismo para você?
Maria Kadimi: È algo que você tem que fazer e gostar, porque é uma profissão que aprendemos cada dia mais. È estarmos em contato com novas formas de culturas.
Paloma Viricio: Você já passou por alguma dificuldade? Qual? Ainda passa?
Maria Kadimi: De interpretar algumas matérias, porque alguns ensinamentos que aprendi no meu país eram diferentes do que aprendi aqui, como por exemplo, cultura brasileira. Lá tive base de cultura angolana... Então essas coisas mudam e temos que nos adaptar. Mas agora já consigo compreender melhor e entendo muito bem.
Paloma Viricio: Em sua opinião o que uma pessoa tem que fazer para conseguir almejar o sucesso profissional?
Maria Kadimi: Primeiro lugar você tem que gostar e se dedicar. Se você não gostar não adianta, as coisas não irão correr bem.
Paloma Viricio: Do que você sente mais saudade?
Maria Kadimi: Da minha família, sem dúvida.
Paloma Viricio: O que mudou na sua vida quando você começou a viver no Brasil?
Maria Kadimi: Ganhei muita experiência, não só cultural, mas também aprendi a se manter aqui sozinha, somente com meu irmão. Ganhei mais maturidade.
Paloma Viricio: Qual a maior lição que vai levar do Brasil?
Maria Kadimi: Aprendi a valorizar todo o momento quem vivi aqui, porque além de ganhar minha formação, criei muitas amizades.
Paloma Viricio: Se não estivesse cursando jornalismo, qual profissão escolheria? Por quê?
Maria Kadimi: Medicina. Porque acho muito gratificante poder salvar uma vida, ajudar as pessoas.
Paloma Viricio: Você admira algum jornalista? Qual? Por quê?
Maria Kadimi: Em Angola amo o jornalista Ernesto Bartolomeu. Porque eu o acho bom profissional, se entrega, tem vontade e gosta do que faz. Já aqui no Brasil admiro a Patrícia Poeta, porque além de ser inteligente e linda, ela gosta do que faz domina o jornalismo.
Paloma Viricio: O que você acha dessa não exigência do diploma de Curso Superior de Jornalismo no Brasil?
Maria Kadimi: É uma questão polêmica. Com o avanço das tecnologias, as pessoas começaram a fazer coisas que antes só eram feitas pelos jornalistas. Mas o diploma é importante porque muitos pensam que sabem fazer matéria e apurar notícias, mas não tem as técnicas que aprendemos em quatro anos, quando fazemos uma graduação.
Paloma Viricio: Você já pensou em escrever um livro? Sobre que assunto?
Maria Kadimi: Eu penso em escrever uma autobiografia, porque eu quero mostrar para todo tudo o que eu já vivi. Não é fácil ir estudar em outro país e essa virtude é para poucos. Quero me mostrar para o mundo.
Maria Kadimi (In Memorian) e Lázaro Ramos
A obra Da Angola para o Brasil de Paloma Viricio foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Não Adaptada.
Com base na obra disponível em palomaviricio.blogspot.com.
Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.
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