[ RESENHA] AGOSTO - RUBEM FONSECA

By Paloma Viricio - dezembro 02, 2011

Resenha Agosto - Rubem Fonseca


Agosto, o mês que marcou a história de 1954

Por Paloma Viricio

O romance Agosto do autor Rubem Fonseca, relata fatos fictícios e reais, que aconteceram durante todo o mês de Agosto do ano de 1954. Cada capítulo do livro corresponde a um dia do mês que o nomeia.

Com o romance o autor tenta mostrar toda a corrupção dos policiais da época, que recebiam dinheiro sujo do jogo do bicho. Mostra o que acontecia na política do país e ainda o papel do jornal durante todos os escandalosos acontecimentos do mês.

Oficial Mattos – Investigador em Agosto de Rubem Fonseca


A história é narrada pelo próprio protagonista do livro, o único comissário honesto, Alberto Mattos. O policial vivia sozinho em um apartamento simples e tinha uma séria úlcera no estômago.

Mattos investiga o assassinato de Paulo Gomes Aguiar, cujas únicas pistas que consegue no local do crime são: Um anel, contendo a inicial F e um sabonete no banheiro, que continha pelos, comprovados ser de uma pessoa negra; ele guarda o anel sem que ninguém percebesse, no bolso junto com um dente de ouro que sempre levava consigo.

Mattos tinha duas mulheres na vida: Salete, uma jovem loucamente apaixonada pelo mesmo, que ignorava o amor dela e Alice, que era casada com Pedro Lomagno, que por sua vez era amante de Luciana, mulher de Paulo Gomes Aguiar.

Gregório – O anjo Negro

Mattos começa as investigações sobre o assassinato de Aguiar, e a princípio suspeita de Gregório Fortunato, também conhecido como Anjo Negro, chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas. Durante este meio tempo acontece um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, do Jornal Tribuna da Imprensa, que era contra o governo de Getúlio.

No atentado Lacerda fica apenas ferido, mas o Major Vaz que o acompanhava, acaba falecendo. Gregório era o mandante do atentado e encomendou o crime a Climério, que contratou Alcino e teve ajuda do taxista Nelson. Mas Alcino acabou baleando por engano o Major, em vez de Lacerda.

Gregório Fortunato e Getúlio Vargas

Gregório Fortunato é preso. Com toda a pressão causada pela oposição, Getúlio Vargas sente-se em um beco sem saída. Então em 24 de Agosto, ele se suicida com um tiro no peito e deixa um bilhete de despedida.

Mattos soluciona a investigação e descobre que Paulo Gomes foi assassinado por Chicão a mando de Pedro Lomagno. Alice torna-se desequilibrada e acaba sendo internada. Mattos vai até o enterro de Getúlio e retorna para o apartamento dele, onde se sente muito mal.

A princípio pensou ser por causa da úlcera, porém suava frio e não sentia dor alguma no estômago nem ao menos a azia costumeira. Salete chega para lhe fazer companhia.

Um negro forte e mal encarado invade o apartamento de Mattos e depois de pegar o anel que o comissário achou na cena do crime, assassina-o e logo após Salete. Ironicamente e com sangue frio o bandido ainda fala para a moça que odeia matar mulheres bonitas.

Jornalista Carlos Lacerda

Como acontece hoje em dia, o papel do jornal tinha importante fundamento na época. Tanto que o jornalista Carlos Lacerda utiliza desse meio para denunciar a corrupção na política e contrariar o governo de Vargas.


Os meios de comunicação têm grande influência sobre as pessoas, como é mostrado no livro. O papel do comunicador veio crescendo mais e mais até o atual dia em que vivemos. Hoje, ainda sofremos uma espécie de repressão reprimida, mas ainda sim, temos maior liberdade de expressão do que na época da ditadura brasileira.

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