Resenha Agosto - Rubem Fonseca
Agosto, o mês que marcou a história de 1954
Por Paloma Viricio
O romance Agosto do autor
Rubem Fonseca, relata fatos fictícios e reais, que aconteceram durante todo o
mês de Agosto do ano de 1954. Cada capítulo do livro corresponde a um dia do
mês que o nomeia.
Com o romance o autor
tenta mostrar toda a corrupção dos policiais da época, que recebiam dinheiro
sujo do jogo do bicho. Mostra o que acontecia na política do país e ainda o
papel do jornal durante todos os escandalosos acontecimentos do mês.
Oficial Mattos – Investigador em Agosto de Rubem Fonseca
A história é narrada pelo
próprio protagonista do livro, o único comissário honesto, Alberto Mattos. O
policial vivia sozinho em um apartamento simples e tinha uma séria úlcera no
estômago.
Mattos investiga o
assassinato de Paulo Gomes Aguiar, cujas únicas pistas que consegue no local do
crime são: Um anel, contendo a inicial F e um sabonete no banheiro, que
continha pelos, comprovados ser de uma pessoa negra; ele guarda o anel sem que
ninguém percebesse, no bolso junto com um dente de ouro que sempre levava
consigo.
Mattos tinha duas mulheres
na vida: Salete, uma jovem loucamente apaixonada pelo mesmo, que ignorava o
amor dela e Alice, que era casada com Pedro Lomagno, que por sua vez era amante
de Luciana, mulher de Paulo Gomes Aguiar.
Gregório – O anjo Negro
Mattos começa as
investigações sobre o assassinato de Aguiar, e a princípio suspeita de Gregório
Fortunato, também conhecido como Anjo Negro, chefe da guarda pessoal de Getúlio
Vargas. Durante este meio tempo acontece um atentado contra o jornalista Carlos
Lacerda, do Jornal Tribuna da Imprensa, que era contra o governo de Getúlio.
No atentado Lacerda fica
apenas ferido, mas o Major Vaz que o acompanhava, acaba falecendo. Gregório era
o mandante do atentado e encomendou o crime a Climério, que contratou Alcino e
teve ajuda do taxista Nelson. Mas Alcino acabou baleando por engano o Major, em
vez de Lacerda.
Gregório Fortunato e Getúlio Vargas
Gregório Fortunato é
preso. Com toda a pressão causada pela oposição, Getúlio Vargas sente-se em um
beco sem saída. Então em 24 de Agosto, ele se suicida com um tiro no peito e
deixa um bilhete de despedida.
Mattos soluciona a
investigação e descobre que Paulo Gomes foi assassinado por Chicão a mando de
Pedro Lomagno. Alice torna-se desequilibrada e acaba sendo internada. Mattos
vai até o enterro de Getúlio e retorna para o apartamento dele, onde se sente
muito mal.
A princípio pensou ser por
causa da úlcera, porém suava frio e não sentia dor alguma no estômago nem ao
menos a azia costumeira. Salete chega para lhe fazer companhia.
Um negro forte e mal
encarado invade o apartamento de Mattos e depois de pegar o anel que o
comissário achou na cena do crime, assassina-o e logo após Salete. Ironicamente
e com sangue frio o bandido ainda fala para a moça que odeia matar mulheres
bonitas.
Jornalista Carlos Lacerda
Como acontece hoje em dia,
o papel do jornal tinha importante fundamento na época. Tanto que o jornalista
Carlos Lacerda utiliza desse meio para denunciar a corrupção na política e
contrariar o governo de Vargas.
Os meios de comunicação
têm grande influência sobre as pessoas, como é mostrado no livro. O papel do
comunicador veio crescendo mais e mais até o atual dia em que vivemos. Hoje,
ainda sofremos uma espécie de repressão reprimida, mas ainda sim, temos maior
liberdade de expressão do que na época da ditadura brasileira.
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