Resenha- O meu pé de Laranja Lima-José Mauro de Vasconcelos

By Paloma Viricio - agosto 21, 2013

Olá docinhos! Venho trazendo para vocês resenha do Livro  O meu pé de Laranja Lima do autor  José Mauro Vasconcelos. Espero que gostem.



NOTAS
Capa: 10
Conteúdo: 10
Diagramação: 10
Nota geral: 10 (Muito bom) 

E foi assim que ganhei minha roupa de poeta
Por Paloma Viricio


“-Fica feio se eu chorar? –Nunca é feio chorar, bobo. Por quê? –Não sei,ainda não me acostumei. Parece que aqui dentro a minha gaiola ficou vazia demais...”p.69. Essa é a história de um menino muito especial chamado Zezé. Ele aprendeu a ler sozinho, pensava que o pensamento era um passarinho ditando versos dentro dele mesmo. Quando crescesse queria ser poeta, para escrever as palavras mais belas, ter uma roupa formosa com gravata borboleta, porque era muito elegante e poeta que se preze tinha uma dessas. Através de uma pequenina árvore, encontrou Minguinho, companheiro, adorável amigo, seu Pé de Laranja Lima. Mas não é somente com a história do “Ruço do mau pêlo”, como também era chamado, que nos deparamos. Embarcamos no universo de Jandira, Glória, Totoca, Tio Edmundo, Dindinha, Luís, Manuel Valadares, do morcego Luciano, tantos outros que surgem encantando e costurando esse enredo maravilhoso construído por José Mauro de Vasconcelos. “- Mas que lindo pezinho de Laranja Lima! Veja que não tem nem um espinho. Ele tem tanta personalidade que a gente de longe já sabe que é Laranja Lima. Se eu fosse do seu tamanho, não queria outra coisa” p.32.


Esse livro é muito bom, tornou-se um dos meus favoritos. Demorei para ler ele, mas sempre ouvi diversas pessoas falando bem e a curiosidade só aumentava. Foi quando passeando na rua com minha mãe, vi uma versão do livro sendo vendida por apenas R$2,00, acreditam? Não resisti, tive que comprar e não me arrependi em nenhum momento por isso. Logo que cheguei em casa tive que ler...gente a escrita do autor é tão gostosa que não conseguia parar de devorar a história. As travessuras, descobertas e lições que Zezé aprende nos faz voltar aos tempos de criança. Fui uma criança muito sapeca, o menininho do livro também é e relembrei poucas e boas, viu!? Não tem como não gostar das personagens, porque elas são tão humanas que dá gosto de virar as páginas. O livro é fininho, tem 190 páginas e você lerá de uma tacada só. “-Eu não presto para nada. Sou muito ruim. Por isso é o diabo que nasce pra mim o dia do Natal e eu não ganho nada. Sou uma peste. Uma pestinha. Um cachorro. Um traste ordinário. Uma das minhas irmãs me disse que coisa ruim como eu não devia ter nascido...”p.122.
O bom da obra é que conseguimos relembrar como é deliciosa a inocência de uma criança, mas também como é dolorosa a dor da descoberta da senhora vida...que é dura e muito má. Sabe aquela indignação que dá em criança quando adulto pensa que ela não sabe de nada? (Risos) Vi muito disso no Zezé, ele é muito sapeca e solta até palavrões quando fica enfezado. O livro faz o leitor absorver uma gama de sentimentos dos mais variados: Dor, amor, alegrias...tristezas! È muito bom,agradeço por terem me indicado e também indico para quem for. O mais bonito da história é a relação de amizade, provando que criança realmente não liga para bens materiais e sim carinho, sentimentos sinceros. Além disso, o livro mostra as dificuldades que o povo brasileiro sempre passou, um povo sofrido, mas que não foge da luta. Mesmo sendo um cenário muitas vezes triste, doído, é maravilhoso ver o mundo através do olhar criativo de uma criança. “Pensei na Fábrica um momento. Não gostava dela. O seu apito triste de manhã torna-se mais feio ás cinco horas. A Fábrica era um dragão que todo dia comia gente e de noite vomitava o pessoal muito cansado” p.63/64.

Sobre o autor

Escritor brasileiro nascido em Bangu, bairro da cidade do Rio de Janeiro, um dos escritores brasileiros mais lidos no exterior, sendo muito respeitado em todo o mundo.De volta ao Brasil trabalhou junto aos irmãos Villas-Boas, principalmente explorando a inóspita região do Araguaia. Desta aventura resultou seu primeiro livro de estréia, Banana Brava (1942) sobre o mundo dos homens dos garimpos. Depois veio Barro Blanco (1945) sobre as salinas de Macau, no Rio Grande do Norte, seu primeiro grande sucesso de crítica. Depois vieram Longe da Terra (1949), Vazante (1951), Arara Vermelha (1953) e Arraia de Fogo (1955). Porém só com Rosinha, Minha Canoa (1962), atingiu o primeiro sucesso literário e ganhou fama como escritor, sendo este livro utilizado em curso de Português na Sorbonne, em Paris. Doidão (1963), sobre sua adolescência em Natal, O Garanhão das Praias (1964), Coração de Vidro (1964) e As Confissões de Frei Abóbora (1966), antecederam seu maior sucesso popular, O Meu Pé de Laranja Lima (1968), que foi adaptado pela antiga Tupi e pela Globo como novelas televisivas e também levado ao cinema. Fonte: NetSaber.
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