Por J. L. Ribeiro
Os momentos que me faziam feliz, os pensamentos que me faziam humano, não os vejo mais aqui, não os vejo mais em mim, e tentar entender me deixou insano. Poucos entendem minha ira, poucos compreendem que precisei me libertar dos sentimentos, precisei prender os pensamentos que tentam parar minha busca.
A corrente me apertava, eu gritava tentado me libertar, e um vento de definições me empurrava de volta para aquele lugar frio, vazio, onde apenas os iguais queriam estar. Eu não pensava mais em mim, eu não pensava mais em vão, amava sentir, mas me apeguei a razão.
Agora estou livre dos sentimentos, agora tenho respostas, mas não vejo mais alento em minha volta. Me sinto livre de mim, mas não chamaria isso de liberdade. Agora vejo toda verdade, mas ainda os vejo mentir. Afinal sentir não me tornou melhor, e não sentir não me trouxe paz; vejo a felicidade como um pó, jogado ao mar, desperdiçado, pois não o vemos mais.
E como resto, não me resta muita coisa. O que aprendi não me fez parar com as perguntas. Mas não sinto que me sinto mal, na verdade, não sinto nada. E como tal, sentir dor não faz mais parte de mim, e ainda assim, não estou aliviado.
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