Resenha- A maçã envenenada-Michel Laub

By Paloma Viricio - outubro 14, 2013

Olá leitores! Venho trazendo para vocês resenha do Livro A Maçã Envenenada do autor Michel Laub. O livro foi enviado pela editora parceira do Jornalismo na Alma, Companhia das letras. Vamos conferir?


FICHA TÉCNICA
Capa:Elisa von Randow
Páginas:120
Formato:14.00 x 21.00 cm
Peso:0.17800 kg
Acabamento:Brochura
Lançamento:08/08/2013
ISBN:9788535923117
Selo:Companhia das Letras
Onde comprar? Companhia das Letras.



NOTAS
Capa: 10
Conteúdo: 10
Diagramação: 10
Nota geral: 100(Favoritei)


Envenenamento por amor
Por Paloma Viricio

Visão Geral


Todo mundo tinha um veredito sobre Kurt Cobain, uma tese sobre como ele incorporou o espírito de uma época esmagada pelo fim das utopias, sobre como uma geração pouco educada devolvia a raiva ao emergir no fim dos anos Reagan, sobre o que era ser jovem numa América tomada por corporações, individualismo e falta de perspectivas (...)”p.18. A maça envenenada é um livro para devorar em um dia, sem medo ou culpa, já que será difícil você conseguir parar de ler um só minuto, esse intervalo pode ser mortal, já que nunca podemos subestimar a mente de um suicida. 

A maçã envenenada é o segundo volume de uma trilogia e narra acontecimentos históricos de 1990, sucessor de Diário da queda que tem como foco os anos 1980. O último livro provavelmente terá como plano de fundo os anos 2000, mas o autor ainda não revelou o tema. A maçã envenenada é narrado em primeira pessoa e relata a visão de um jovem sobre a própria vida, a única apresentação da banda Nirvana no estádio do Morumbi(1993), a convivência com a primeira namorada (Valéria), o genocídio de Ruanda, contado pela visão de uma sobrevivente(Immaculée Llibagiza), e o suicídio do vocalista em 1994. “Quando Kurt Cobain morreu, não houve obituário que não associasse o suicídio a uma espécie de alma artística e sensível, indefesa diante de um mundo não artístico e não sensível que o fez se dilacerar até encontrar lá dentro um vocabulário que pudesse dizer o que realmente queria”p.70.
A escrita de Laub é sensacional, porque é ao mesmo tempo instigadora e saciante. Somos apresentados ao cenário de 1990 e passamos a estar nessa época porque a viagem é inevitável. Vemos a trama do ponto de vista do jovem estudante de direito, que tem uma banda e vai servir ao exército. Ao mesmo tempo em que nos tornamos íntimos dos desejos e pensamentos dele, ainda estamos distantes, pois em momento algum sabemos ao menos o nome do rapaz. “Quando dividi o baseado com Diogo era nisto que estava pensando, o que estou fazendo neste lugar, por que preciso estar aqui aos dezoito anos, tendo passado num dos vestibulares mais difíceis do Rio Grande do Sul, tendo uma banda e um estágio e eu de gorro e arma na mão protegendo um quartel pobre contra um inimigo que nunca existiu”p.31.

O livro é dividido em três partes: Que sorte ter encontrado você, Por trás da beleza e A não ser que seja sobre mim. O autor intercala fatos, passado, presente e as lembranças são muito fortes no livro. A maçã envenenada é uma espécie de paixão inebriante que todos pelo menos uma vez na vida, mas consegue ainda ser uma gama de outros fatos ideológicos. O autor faz o leitor refletir sobre os fatores históricos apresentados no livro, relacionando os pontos em comum entre eles. Uma obra muito bem escrita, para ler, reler e ler novamente quando desejar.  “(...) eu não tinha como adivinhar no que daria uma história nem tão incomum, um erro que pode acontecer,o azar que uma vez ou outra todo mundo acaba tendo, se ver diante da neurose, da loucura, do egoísmo de alguém que deixa para os outros uma conta que nunca terminará de ser paga”p.100.

Design e diagramação
A diagramação está ótima. As letras e espaçamentos são confortáveis e gostei muito da forma como os capítulos são apresentados. As folhas são impressas em material pólen. A capa do livro é um sucesso á parte, bastante bonita e original de acordo com a trama.

Sobre o autor
Nasceu em Porto Alegre, em 1973. Escritor e jornalista, publicou cinco romances, ganhou os prêmios Bienal de Brasília e Bravo/Prime, foi finalista dos prêmios São Paulo de Literatura, Portugal Telecom e Zaffari/Bourbon e será adaptado para o cinema. É um dos integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa GrantaDiário da queda teve os direitos vendidos para onze países. Site: http://michellaub.wordpress.com Fonte: Editora Companhia das Letras.

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