Resenha - Presságio, O assassinato da Freira Nua

By Paloma Viricio - outubro 17, 2013


A intensidade de um presságio
O que poderia fazer um leitor se viciar numa trama? O que poderia fazê-lo ler um livro e a cada linha passada ter mais vontade de continuar lendo? É algo que muitos escritores se perguntam, e tentam alcançar. Pois bem, Leonardo Barros descobriu, e fez de “Presságio – O assassinato da freira nua”, um livro realmente intenso.

Ler Presságio me trouxe experiências interessantes, mesmo não as tendo vividas. Eu pude sentir na minha pele, o que cada personagem sentia, tamanha era a perfeição das descrições da cena; Leonardo, com poucas palavras, fez descrições altamente realistas. Realmente, como eu já disse, Presságio é um livro que se define com essa palavra: “intenso”. Um suspense policial com grandes pitadas do sobrenatural, e com uma bela e extravagante dose de sexualidade.
Um crime: assassinato. Um suspeito, que parece ser óbvio. Porém, a única contradição é a visão de Alice, que vê um homem, completamente diferente do acusado, assassinando a Freira Nua, porém em um presságio que parece ser totalmente questionável.
Analisando o estilo de escrita de Leonardo Barros, e a estória “Presságio”, percebi muitas coisas. O escritor usa um estilo de narrativa e descrição no mínimo interessante. Ele é rápido nas descrições, porém é preciso, dando uma visão bem clara da cena, sem precisar está entrando em detalhes desnecessários. O narrador é em terceira pessoa, mas é como se fosse aquele narrador onipresente que víamos antigamente em livros da nossa literatura, um estilo bem dominado por Clarice Lispector, naquele tempo.
Outra coisa na estória que não pode ser deixada de lembrar é um recurso bem interessante, e até diria inovador, já que eu, particularmente, não costumo ver muito isso em livros desse tipo. As cenas, em certo ponto, acontecem ao mesmo tempo, como num filme. E quando você volta de uma cena para outra, você não tem muitas explicações, só nota o tempo que se passou quando você estava na outra cena. Isso é bem interessante, não sei se outros livros de suspense usam muito isso, já que leio pouco esse gênero.

A única coisa que pode ser considerado um ponto negativo por muitos, mas não por mim, é que o autor usa muitas palavras repetitivas, sempre voltando a usá-las para a explicação do diálogo. Isso pode, em certos casos, cansar o leitor. Por exemplo: a palavra “estacou”, ou “franziu o cenho”, são sempre usadas na hora que o narrador explica o diálogo. Não tive muito problema com isso, a não ser no início, pois depois, isso meio que se torna a marca do escritor e é como se fosse o estilo dele, uma assinatura dizendo: “eu que faço isso”.
Presságio é uma estória quente, cheia de mistérios e ação. Os diálogos são divertidos, e até emocionante em certos pontos. É como um filme brasileiro, onde sempre tem um pouquinho de sacanagem, e os diálogos são bem liberais, tendo os personagens a liberdade de falar o que quiserem.
O final ainda surpreendeu mais, apesar de que, pelo menos no final, eu consegui prever alguma coisa. Deixou-nos com um ar de que vem mais pela frente dessa estória. Esperarei ansioso por novas estórias desse escritor incrível, que me impressionou mais ainda do que eu esperava.

Escrito Por Jadson L Ribeiro, blog Senhor das Noites



DESIGN E DIAGRAMAÇÃO
Notas
Capa: 9.8
Diagramação: 7.5
Marcadores: 8.7
Design Total: 9.3
MÉDIA DO DESIGN TOTAL: 8.8 (BOM)

A capa é fabulosa, por isso dei uma nota tão alta. Além de ter texturas diferentes no título e nos outros nomes na capa. É uma capa impactante, o que é relevante nessa avaliação.
A diagramação deixou a desejar. Os capítulos mal tinham nomes, eram "capitulo um" ou "capitulo dois", e são muito mal organizados. Normalmente, nos livros se tem uma regra, que é que os capítulos sempre começam na página direita, ou no mesmo sentido, nesse livro os capítulos começavam na página seguinte, mesmo sendo no verso. Isso não me agradou. Além de não ter nem índice, que é de praxe colocar. A diagramação conta muito isso.
Os marcadores são bem legais, mas mal tinham o resumo atrás, o que também é de praxe. Atrás um branco tira a beleza da frente.
O designer total do livro não é de todo bom, a não ser a capa, que realmente ficou excelente. Porém não estou avaliando somente a capa, e tudo deve ser levado em conta.

Bem, até a próxima resenha pessoal. Aqui no Senhor Das Noites e no Jornalismo na Alma

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