Da boca pra dentro é um
típico livro de crônicas, mas não qualquer um, aqueles que vão te envolvendo e
quando você percebe, não consegue parar de ler. Como o próprio título diz, é
tudo aquilo que não é dito da boca pra fora e sim pra dentro, os
sentimentalismos existentes dentro de cada um. Foi produzido através do blog
pessoal de Yohana Sanfer onde ela postava as crônicas e só isso gerou o seu
“sucesso” por assim dizer. Sou um tanto suspeita para falar, pois sou uma
amante de crônicas, mesmo assim esse foi um livro bem cativante para mim.
As crônicas te levam
para o dia a dia da autora, de seus conflitos, seus amores e até mesmo suas
ideologias. Me identifiquei muito com a autora e talvez por isso tenha gostado
tanto, foi um livro que mexeu comigo. A cada linha percebemos exatamente aquilo
que a autora sente, em relação ao mundo, seu amor por cada pessoa ao redor,
conseguimos imaginar aquilo que é descrito por ela, e acredito que é isso que
torna uma crônica boa.
Cada página é repleta
de sentimentos que são capazes algumas vezes de arrancar lágrimas de nós.
Confesso, que quando li sobre o que era o livro achei que se tratava de algo
mais puxado pro romance, e quando vi que estava cheio de ideologias não tive
como não amar. Além dos textos tradicionais, há alguns fragmentos expostos
durante o livro que são fortes e sinceros, esse foi o primeiro e um dos mais
fortes em minha opinião:
É um livro envolvente,
ainda não conhecia a autora infelizmente, mas eu amei a escrita dela, tão
fluída, esses detalhes desses fragmentos que fazem com que exista um break na leitura e nos faz refletir. É uma típica mistura de romance com ideologias
que deu certo e vai fazendo com que a cada linha exista algo a ser aprendido
por nós.
“Soube
que te amava, não quando te quis pra toda vida, mas quando te queria em todos
os meus finais de dia. Pra te ouvir mesmo cansada, pra te esperar acordada, pra
te ter e receber o colo que só a gente sabia se dar. Refletir o presente, ser
encaixe perfeito, repouso e divã” (Crônica “Só, sei que sei” pág. 51)
Um livro de leitura
fácil, que te envolve de um jeito único, por ser curtinho acaba rápido e deixa
com gostinho de quero mais. Minha crônica favorita foi “Não flexione o
sentimento”.
”Aprende que meninas não devem ser criadas para serem princesas frágeis passíveis de cuidados especiais e
dependências. E que meninos não serão super-heróis. Entende que mulheres são
donas de seus corpos, de suas vidas e seus destinos. Que homem chora e pira de
ciúmes. E que matrimônio e maternidade devem ser escolhas e não regras para o
consenso das convenções.” (pág. 133)
Indico aqueles que gostam de livros de crônicas ou precisam
de algo para passar o tempo, e claro para todos , pois a escrita de Yohana tem
que se ter passada adiante para que todos possam ter conhecimento. Eu
simplesmente adorei e de agora em diante acompanharei de perto os passos dessa
autora.
“Eu quero mais é
que o tempo se arraste, que o sol se renda ao espetáculo mais bonito e o céu se
encha de cores místicas” (Crônica “Deixa o verão pra mais tarde” pág.48)
Postagem feita por:
Carla Wolf, estudante de jornalismo (primeiro ano), formada em modelagem do vestuário. Não cozinho bem e tenho um talento inquestionável para dormir, mas tiro essa culpa lendo. Defendo as causas femininas -não feminista- acredita num mundo melhor, principalmente se for regado por livros.
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