Resenha- Todos nós adorávamos caubóis- Carol Bensimon

By Paloma Viricio - dezembro 14, 2013

Olá amores! Venho trazendo para vocês resenha do Livro Todos nós adorávamos caubóis da autora Carol Bensimon. O livro foi enviado pela editora parceira Companhia das letras. Posso adiantar que é uma trama bem diferente. Espero que gostem.


FICHA TÉCNICA
Capa :Elisa von Randow
Páginas:192
Formato:14.00 x 21.00 cm
Peso:0.24700 kg
Acabamento:Brochura
Lançamento:07/10/2013
ISBN:9788535923360
Selo:Companhia das Letras
Sinopse: Aqui!
Book Trailer: Aqui!

NOTAS
Capa: 8,0
Conteúdo: 9,5
Diagramação: 9,0
Nota geral: 8

A viagem de Cora e Julia
Por Paloma Viricio
Visão Geral

Tudo o que fizemos foi tomar a BR-116, passando sob pontes com slogans de cidades que não tínhamos a mínima intenção de visitar, ou que falavam na volta de Cristo ou na contagem para o fim do mundo. Deixamos para trás as ruas suburbanas cujo início é marcado pela rodovia, que depois vão se perder em um parque industrial e nos casebres jogados em volta de um arroio, onde os cachorros vadios se arrastam e quase nunca latem, e seguimos, seguimos até a reta virar curva”, p.07.  Foi assim que iniciou-se a viajem de Cora e Julia através das estradas do extremo sul do Brasil. Essa aventura havia sido planejada pelas duas há tempos quando ainda nem imaginavam que suas vidas seriam contornadas por uma separação sem motivo aparente, quando Julia resolve estudar em Montreal e Cora consequentemente decide cursar moda em Paris. Essa viagem pode ser a chave de muitas descobertas para as duas jovens e a certeza de que fantasmas do passado ainda rodeiam o presente.

Todos nós adorávamos caubóis é um livro no mínimo interessante, confesso que nunca tinha lido nada parecido. Ao embarcar na estória, senti-me jogada em uma espécie de grande crônica. A trama é contada através da visão de Cora que é digamos...bem rebelde! Totalmente diferente de Julia que foi criada com “rédeas curtas” pelos pais e passou grande parte do tempo em uma espécie de pensão regida por freiras. Cora não é nada simpática na maioria das vezes, fala na cara...a típica poucos amigos. A Julia é bem diferente e esbanja sorrisos por qualquer lugar que passe. Entretanto, isso não impede que as duas amigas alimentem uma fervorosa paixão e passem a se relacionar amorosamente. “Pelo amor de Deus, eu queria me apaixonar na rua e poder contar com um pingo de chance. Não ter medo de me envolver com alguém que, no dia seguinte, pudesse acordar arrependido. Mas acabei sendo o lapso de muitas pessoas. A fase superada de outras tantas. Minha atração pelo sexo feminino era uma doce aventura e, ao mesmo tempo, uma condenação ao mais claustrofóbico dos universos”,p.46.
Um livro muito bom, que deixa o leitor bastante ansioso durante toda a trama para descobrir mais e mais sobre as duas amigas/amantes e outras personagens. A narração intercala passado e presente de forma espetacular, a autora escreve muito bem e de forma única, aconchegante. O único ponto negativo é que não faz muito sentido o título do livro. Se você espera uma estória sobre caubóis e afins não irá encontrar porque na verdade não tem nada que ver. O título é uma espécie de metáfora e é explicada por apenas uma frase durante toda a leitura...a Road movel poderia ter adquirido um título melhor ou que melhor representasse a trama. Fica visível que as duas jovens tem uma paixão ardente, mas é muito difícil para Julia assumir a relação e isso deixa Cora P%$@ da vida. Não era para menos, né? Bem legal...nunca tinha lido uma estória de romance entre bissexuais ou pessoas do mesmo sexo e achei interessante poder adquirir essa experiência, no final romance dá a mesma dor de cabeça não importa a escolha sexual, viu? A obra também presenteia o leitor com traços culturais do povo do sul, muito bom!“Eu ia me apaixonar por pessoas que mudavam de ideia rápido demais. Dos acertos faziam parte os erros, e eu não me importava de chorar pelas coisas que eu havia escolhido, porque, por mais dura que fosse a queda, sobrava a sensação de que até elas tinham lá sua beleza”, p.99.

Design e diagramação
As páginas são em material pólen, com espaçamento confortável, mas poderiam ter colocado a letra um pouco maior. Os capítulos são separados de forma simples e a capa é bem simples também.

Sobre a autora
Nasceu em Porto Alegre, em 1982. Publicou contos no jornal Zero Hora e em revistas como Ficções e Bravo!. Estreou com as narrativas de Pó de parede (2008). Sinuca embaixo d’água, romance publicado pela Companhia das Letras, ganhou a Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Literária. Defendeu mestrado em Teoria da Literatura e fez doutorado na Sorbonne Nouvelle em Paris. É uma das integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa Granta. Fonte: Editora Companhia das Letras.

Licença Creative Commons

O trabalho A viagem de Cora e Julia de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.  


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