[Resenha] Frankenstein- Mary Shelley
By Paloma Viricio - janeiro 29, 2014
Frankenstein - Mary Shelley
Capa:10/10
Conteúdo:10/10
Diagramação:10/10
Conceito Geral:100/100 ♥
A trajetória de um monstro
Por Paloma Viricio
Visão Geral
"Ninguém será capaz de imaginar as sensações que me impulsionaram em minha tarefa. A vida e a morte pareciam-me limites imaginários, os quais eu romperia para jogar uma torrente de luz sobre o nosso mundo de sombras. E o resultado seria glorioso: uma nova espécie de homens me abençoaria como o seu Criador"
Esse era o pensamento inicial de Victor Frankenstein, um jovem cientista que decidiu fazer o improvável e criar o que nenhuma pessoa jamais poderia pensar em ver transbordando vida. A criação levou tempo para ficar pronta: dois anos. Quando finalmente o monstro com mais de dois metros e diversas partes de cadáveres ganhou o primeiro sopro, nem mesmo Victor foi capaz de crer no que os olhos dele absorviam.
Frankenstein é considerado o primeiro clássico da literatura de horror e ficção científica da história. Com uma leitura contagiante, irá fisgar qualquer pessoa de forma no mínimo doentia, porque é impossível para de ler enquanto as páginas não terminam.
"Eu soltara no mundo um ente capaz de espalhar o sofrimento e a morte. E que já fizera pelo menos duas vítimas: meu irmão e eu próprio- seu criador"
É fato acreditar que esta obra agrade até mesmo aqueles que não são fãs de literatura de horror porque a trama traz muito mais que simplesmente passagens tenebrosas, também pode-se encontrar lições sobre comportamento dos homens, sociedade e preconceito.
Foi escrito por Mary Shelley em 1818, quando a autora tinha apenas 19 anos e publicado dois anos após a data da confecção. Essa versão comercializada pela Editora Seguinte é contada por Ruy Castro, mas não deixa de ser muito boa.
A trama de Shelley é um grande feito para a literatura mundial e nos faz refletir sobre as atitudes dos homens e o egocentrismo da raça. Frankenstein pode ser considerado um monstro pela aparência, mas ele tinha sentimentos e não merecia ter sido julgado com crueldade pelas pessoas... é de partir o coração de qualquer bom ser.
"Quando me convenci de que aquela era minha aparência, fui invadido por uma amargura que nem todas as palavras poderiam descrever. Mal sabia eu das desgraças que minha deformidade ainda me reservara"
Nessa sociedade onde a maioria julga pela aparência e não pelo caráter, é fácil reconhecer infinitos Frankenstein’s que vivem sendo massacrados e desrespeitados sem nenhuma causa aparente. As pessoas podem ser más! Infelizmente muitos ainda serão excluídos devido alguma deformidade, deficiência ou até mesmo condição social porque o mundo é duro e o ser humano ainda não aprendeu a grande lição de saber respeitar as diferenças.
"Eu pusera de lado todo o sofrimento e subjugara qualquer angústia. Para mim, o mal se tornara o bem. Só faltava o ato supremo: a criatura destruir o criador"
Essa criatura que não entende o porque de tanta discriminação, corrompeu-se em um ser mal, porque os outros nunca deram uma chance para que ela mostrasse ou fosse como realmente era. É uma trama dura, dramática, pesada, mas ao mesmo tempo doce e prazerosa de ser lida.
Design e Diagramação
O livro tem letras e espaçamento confortáveis para a visão. É impresso em material pólen. Possuí uma capa simples, mas que combina bastante com o enredo. Além disso, o livro é recheado pelas magníficas ilustrações de Odilon Moraes que dão um toque especial á trama.
Sobre a autora
Nasceu em 1797 e tinha dezenove anos quando escreveu Frankenstein. O livro foi publicado dois anos depois, em 1818, e se tornou o primeiro clássico da literatura de horror. Era filha do filósofo anarquista William Godwin, uma das maiores celebridades de Londres. Sua mãe, Mary Wollstonecraft, foi uma das primeiras feministas da história e autora da Declaração dos direitos da mulher. Fonte: Seguinte.
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