CHRISTIE, Agatha. 1890-1976. O Natal de Poirot/ Agatha Christie; tradução de Vânia de Almeida Salek. – edição especial – Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
Véspera de Natal. A reunião da família Lee é arruinada pelo barulho ensurdecedor de móveis sendo destroçados, seguido de um grito agudo e sofrido. No andar de cima, o tirânico Simeon Lee está morto, numa poça de sangue, com a garganta degolada. Mas quando Hercule Poirot, que está no vilarejo para passar o Natal com um amigo, se oferece para ajudar, depara-se com uma atmosfera não de luto, mas de suspeitas mútuas. Parece que todos tinham suas próprias razões para detestar o velho...
Notas
Capa: 01/10
Conteúdo:10/10
Diagramação: 05/10
Conceito Geral: Pela história 100- Pelo trabalho mal feito na diagramação 1,0.
Um natal mortífero
Por Paloma Viricio
Visão Geral
“Sim,
é isso, violência... E sangue. Uma insistência em sangue... É, como direi?, há
sangue demais. Sangue nas cadeiras, nas mesas, no tapete... O ritual de sangue?
Sangue de sacrifício? Talvez. Um homem tão frágil, tão magro, tão mirrado, tão
seco... mesmo assim... em sua morte... tanto sangue...”, p.85. E coloca sangue
nisso. O Natal de Poirot e dos Lee foi banhado por muito líquido vermelho e
fétido. O que chocou toda a família um dia antes do Natal, uma data que deveria
ser especial, mas que foi de tristeza e muito mistério.
Simeon
Lee é o mais velho integrante da família vivo, mas tem um temperamento
forte, ácido, além de ter a mania de provocar. O prazer dele era arrumar
intriga, ver o circo pegando fogo. “Moinhos do diabo, melhor dizendo! Nada
havia de santo em Simeon Lee. Poderíamos dizer que era o tipo de homem que
vendera a alma ao diabo e se divertia com a barganha! E era orgulhoso, também,
orgulhoso como lúcifer”,p.151 Simeon queria que esse natal fosse especial, por
isso, convidou todos os membros da família, burlando brigas e desentendimentos
com o objetivo de passar a data regada
por união e paz.
Só que isso não foi possível porque alguém colocou fim na vida
dele. Quem poderia ter sido? Por quais motivos? Como? Isso que iria tentar
desvendar Hercule Poirot. Definitivamente esse Natal não seria nada comum. “Subitamente,
sua boca vermelha arrebitou. Aquela boca mostrou-se cruel. Cruel e voraz, como
a base de uma criança ou de um gatinho, uma boca que só conhecia seus próprios
desejos e ainda não estava preparada para a piedade”, p. 13.
Esse é o primeiro livro que leio da famosa
autora de suspense Agatha Christie. O que achei? Simplesmente maravilhoso. A
escrita dessa mulher é realmente tudo de bom. O livro possui 224 páginas que me
prenderam do início ao fim. É incrível como essa mulher consegue criar um
enredo que fisgue o leitor e não deixe que ele se perca, sem deixar nenhuma
ponta solta ao finalizar a história...isso que mais me fascinou. Amo suspense,
romance policial e para o autor me pegar tem que ser muito bom.
Agatha me pegou
e de jeito, me surpreendi em algumas partes outras desvendei mas o desfecho
final não imaginava que fosse aquele. Achei apenas um ponto negativo. A
narração em alguns momentos mostrou-se apressada, com mais diálogos do que
narrativa propriamente dita e cenas contadas rapidamente, isso me incomodou
bastante. Fora esse ponto negativo foi um livro maravilhoso, com personagens
interessantes e bom enredo. Aprovado.
“As pessoas mais calmas e meigas são, em
geral capazes das mais súbitas e inesperadas violências. Por uma simples razão:
quando perdem o controle, perdem-no completamente!”, p.208.
Design
e diagramação
O
livro é edição especial e voltado para o
formato de livro de bolso só que em tamanho A5. Não tem orelhas, o papel do
miolo é offser 63g/m² e a capa cartão 250 g/m², um material não tão resistente
que amassa com facilidade. Não curti. As folhas são brancas, que cansam
bastante a visão e como se não bastasse a fonte é em tamanho bastante
desconfortável...pequena.
Porém a capa
é a que supera em deselegância, feia demais. Sinceramente poderiam ter feito
capa mil vezes melhor, parece que pegaram qualquer imagem e jogaram no paint
colocando letras por cima, ficou no mínimo brega. Se fosse comprar o livro pela
capa, não compraria porque não me atrai em nada, a produção pecou muito nesse
quesito.
Sobre
a autora
Nascida
Agatha Mary Clarissa Miller em Torquay, condado de Devonshire, Inglaterra, a 15
de setembro de 1890. Filha de uma casal tipicamente vitoriano, mesmo sendo o
pai, Frederick Miller, americano, foi criada segundo a melhor tradição
européia. Seus pais tudo fizeram para que ela seguisse uma carreira de cantora
lírica ou pianista. Mas Agatha Christie preferia passar o tempo escrevendo
poemas e contos. Fonte: Cin.
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