Resenha- A vida do livreiro A.J.Fikry- Gabrielle Zevin

By Paloma Viricio - agosto 16, 2014

Zevin, Gabrielle. A vida do livreiro A.J.Fikry/ Gabrielle Zevin; tradução Flávia Yacubían. – 1Ed.- São Paulo: Paralela, 2014.
Uma carta de amor para o mundo dos livros “Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos. *Cortesia: Editora Paralela.

Ficha Técnica
Título original:THE STORIED
LIFE OF A. J.FIKRY
Tradução:Flávia Yacubian
Capa:estúdio insólito
Páginas:192
Formato:16.00 x 23.00 cm
Peso:0.27300 kg
Acabamento:Brochura
Lançamento:05/06/2014
ISBN:9788565530668
Selo:Paralela
Compra: AQUI.

Notas 
Capa: 10/10
Conteúdo:09/10
Diagramação:10/10
Conceito Geral:90/100 


 O livreiro que aprendeu o valor do amor
Por Paloma Viricio
Visão Geral
Apesar de amar livros e ser dono de uma livraria, A.J. não gosta muito de escritores. Acha-os desleixados, narcisistas, bobos e, em geral, desagradáveis. Tenta evitar conhecer quem escreveu os livros que ama por temer parar de amá-los”, p.33. Esse é A.J. Fikry, o livreiro. Ele é carrancudo, irônico, mal-humorado e tem manias bastante pessoais, mas mesmo assim é uma pessoa de bom coração. Com o tempo a vida acaba o ensinando que ‘Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é um mundo’.

Tudo parecia perfeito na vida do livreiro A.J., até que a esposa morre e ele se torna um homem desagradável, que gosta de se embebedar e odeia a companhia da maioria das pessoas. O mundo é chato e a sociedade também. A única felicidade é a Island Books. Ah...e os livros, mas ele não gosta de qualquer gênero, então lançamentos melodramáticos só fazem aumentar ainda mais sua lista de reclamações. Em uma noite de bebedeira, A. J é roubado e levam seu pequeno pote de ouro, Tamerlane, uma raridade escrita por Edgar Allan Poe. Essa era a última grande chance de A.J. dar uma virada na vida, mas agora estava tudo perdido. Só que mais uma vez a situação muda, através de um misterioso pacote que deixam na livraria dele.

Avida do livreiro A.J.Fikry é um livro que inicialmente não chama muito atenção. A capa é fofa, mas bem simples e o título também pode não instigar tanto o leitor iniciar a leitura, mas isso é o de menos porque a obra é muito boa. Confesso que fiquei contente com tudo o que a autora me presenteou ao passar das páginas. “Sente-se bêbado, ou ao menos gaseificado. Louco. Primeiro, acha que é alergia, mas depois determina que é amor. Amor, porra, ele pensa. Que encheção. Atrapalhou seu plano de beber até a morte, de arruinar seu negócio. A coisa mais irritante é que quando começa a se importar com uma coisa, começa a se importar com tudo”, p. 59. Adorei os personagens que Zevin criou e principalmente o livreiro. Eles são tão humanos, as falas são perfeitas e bem construídas. A.J é um cara inicialmente carrancudo, mas que vai amolecendo o coração através das pessoas que ama.

Os fatos que vão dando liga ao decorrer da história são muito bem construídos. O livro me surpreendeu em diversos momentos e minhas obras preferidas se desenrolam dessa forma. As descrições da autora são bem ricas, dando mais entusiasmo para o leitor virar uma página atrás da outra. Você vai sofrendo e sorrindo com cada um e no final os personagens acabam se tornando importantes em nível igualitário. Foi uma leitura bastante agradável, tinha tudo para entrar na minha lista de favoritos. Só que infelizmente não gostei do final, não achei justo, mas quem sou eu para julgar os motivos da autora ter feito o que fez. Na trama encontramos reflexões sobre amor homem/mulher, paterno, materno e até mesmo laços de amizade.  Estar em um ambiente repleto de brochuras, editores e escritores é indescritível. Um ótima obra para quem é apaixonado por livros.“É o medo secreto de que não é possível sermos amados o que nos isola, diz a passagem, mas é apenas porque estamos isolados que pensamos não sermos amáveis”, p. 115.

Design e Diagramação
Confesso que não gosto muito de livros com capa branca, mas achei essa muito fofinha. Os livros abertos em formato de janela mostram que cada obra é a entrada para um mundo diferente. As letras não são grandes, mas o espaçamento está bem agradável e assim a leitura não se torna cansativa.

Sobre a autora

Começou sua carreira de escritora aos 14 anos. Formada pela Universidade Harvard, é roteirista e A vida do livreiro A. J. Fikry é seu oitavo romance. Depois de muitos anos morando em Nova York, hoje vive em Los Angeles. Fonte: Companhiadas Letras.

Licença Creative Commons
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