Resenha-A Máquina de Contar Histórias-Maurício Gomyde

By Paloma Viricio - setembro 13, 2014

Gomyde, Maurício. A máquina de contar histórias/ Maurício Gomyde.-Ribeirão Preto, SP:Novo Conceito Editora, 2014.

Na noite em que o escritor best-seller Vinícius Becker lançou A Máquina de Contar Histórias , o novo romance e livro mais aguardado do ano, sua esposa Viviana faleceu sozinha num quarto de hospital. Odiado em casa por tantas ausências para cuidar da carreira literária, ele vê o chão se abrir sob seus pés. Sem o grande amor da sua vida, sem o carinho das fi lhas, sem amigos... O lugar pelo qual ele tanto lutou revela-se aquele em que nunca desejou estar. Vinícius teve o mundo nas mãos, e agora, sozinho, precisa se reinventar para reconquistar o amor das filhas e seu espaço no coração da família V. Uma história emocionante, cheia de significados entrelaçados pela literatura, mostrando que o amor de um pai, por mais dura que seja a situação, nunca morre nem se perde. *Cortesia: Editora Novo Conceito.
 Ficha Técnica
Autores: MAURÍCIO GOMYDE
Título: A Máquina de Contar Histórias
ISBN: 9788581635040
Selo: NOVO CONCEITO / NOVAS PÁGINAS
Ano: 2014
Edição: 1
Número de páginas: 192
Formato/Acabamento: 16x23x1,2
Peso: 0.26 kg
Preço Sugerido: R$ 29.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: LITERATURA NACIONAL
Compra: Aqui.

Notas 
Capa: 10/10
Conteúdo:08/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral:90/100


A Máquina de Corações Feridos 
Por Paloma Viricio
Visão Geral
No fundo as pessoas não compram autores, não compram livros. Compram a emoção que a história promete proporcionar. O que cada leitor quer é, durante a imersão no mundo criado pelo escritor, esquecer-se dos problemas, angústias e tragédias do dia a dia”, p.126. Realmente as pessoas querem um livro para ter algo a mais de suas, muitas vezes, simplórias vidas. Mas e quando os sentimentos que o próprio escritor passa é uma grande farsa? Estaria vendendo sonhos que nem ele consegue realizar? Escrever é ser apenas uma Máquina de Contar Histórias?

Vinícius Becker é um consagrado escritor brasileiro. Começou quando tinha apenas 16 anos e nunca mais parou. Com esforço, luta, conseguiu uma carreia promissora na profissão que escolheu. Passou a rodar meio mundo divulgando os livros, apresentando palestras, conhecendo seguidores do trabalho que desenvolvia...“Uma “Máquina de contar histórias”- era como Salvatore o chamava. Frio, certeiro, veloz. Emoções transcritas no papel de forma científica, com se amor, ódio, pena e saudade fossem tópicos de um fichário que ele abria, selecionava e inseria com precisão nas entranhas do texto”, p.14. Só que quando recebe um telefonema com a trágica morte da esposa e mãe das duas filhas, passa a se perguntar como pôde negligenciar a própria família em prol da escrita. Agora tudo estava perdido. Tinha dinheiro, sucesso, reconhecimento, mas não tinha mais a presença da mulher, Viviana, o reconhecimento da filha caçula, Vida, e nem uma gota do amor da filha mais velha, Valentina. Será que o contador de histórias conseguiria reverter essa situação, retomando o que era mais precioso? O amor...

O avanço da carreira, e não da doença, assumiu o primeiro lugar em suas preocupações. Quatro anos e meio dedicados à literatura como uma máquina, um robô programado para escrever e não amar. Escrever se tornara um refúgio para a alma, o esconderijo para sentimentos que ele aprendera a não externar”, p.34. A Máquina de Contar Histórias é um livro simples, bem escrito, emocionante. Esse é a terceira obra que leio de Gomyde, fico perplexa com o sentimento de conquista que ele sempre consegue passar através das histórias que cria. Não tem como não gostar! Quem disser que não ficou nem um pouquinho emocionado com a história da família V, certamente não sabe o sentido de apreciar uma bela história.

A capacidade do autor em criar personagens humanas é espetacular. Diversos momentos me identifiquei um pouco com cada uma. Com Vinicius perante as questões que um escritor deve enfrentar, já que estou iniciando minha trajetória nessa área. Com Vida pelos momentos doces e alegres da infância. Com Viviana pela luta contra o tempo, a doação através do amor e do prazer em ser mãe. E principalmente com Valentina, que me fez relembrar momentos da adolescência, da paixão jovial, ideologias, vontade de escrever apreciando o mundo, algo que nem todos têm a capacidade de fazer. “Não sei por quê, mas não me sinto parte das coisas que as outras meninas acreditam. Elas não leem os livros, não escutam as músicas, não se apaixonam pelos filmes, não enxergam o mundo como eu o leio, escuto, enxergo e assisto”, p.173.

Não encontrei nenhum ponto negativo em A Máquina de Contar Histórias. Só esbarrei em alguns acontecimentos bastante previsíveis, gostaria que o livro tivesse me surpreendido de alguma forma. Quando passei a ler com um olhar de escritora, não somente leitora, comecei a ver as tramas de outro modo. Então, acabei adivinhando algumas sacadas do livro, que por sinal, foram muito bem empregadas. Não tenho do que me queixar mesmo assim. Reaprendi o nobre sentimento do amor, além de diversas dicas embutidas para quem deseja ser escritor. As descrições são ricas, os capítulos mostram-se como cenas de filmes. Consegui sentir e viver cada instante em conjunto com as personagens. “E, mesmo antes de terminar a leitura, já me deu aquela vontade absurda de ficar muito amigo do escritor”.

Design e Diagramação
A capa desse livro é estupenda, cores vivas e instigantes. A Editora Novo Conceito caprichou no visual de A Máquina de Contar Histórias, ao olhar a capa vejo toda a trama contata em segundos. As letras e espaçamentos são agradáveis e o miolo é impresso em papel polen.

Sobre o autor

Nasceu em São Paulo e mora em Brasília. Tem quatro livros lançados de forma independente (O MUNDO DE VIDRO, AINDA NÃO TE DISSE NADA, O ROSTO QUE PRECEDE O SONHO e DIAS MELHORES PRA SEMPRE). A MÁQUINA DE CONTAR HISTÓRIAS é o primeiro pelo selo Novas Páginas. Fonte: Editora Novo Conceito.

Outros livros do autor

Licença Creative Commons
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