Resenha- A escolhida- Lois Lowry

By Paloma Viricio - março 06, 2015

o doador de memórias lois lowry
Lowry, Lois. A escolhida / Lois Lowry [tradução de Fabiano Morais]; São Paulo: Arqueiro, 2014.
Órfã e portadora de uma deficiência, Kira precisa enfrentar um futuro assustadoramente incerto. Vivendo em uma civilização que descarta os mais fracos, ela sofre hostilidade dos vizinhos, que a acusam de ser inútil para a comunidade. Quando é chamada a julgamento pelo Conselho dos Guardiões, Kira se prepara para lutar pela vida. Mas, para sua surpresa, os autoritários chefes já têm outros planos e a encarregam de uma tarefa grandiosa: restaurar os bordados de uma túnica centenária que contam a história do mundo. Escolhida por seu talento quase mágico para bordar, a jovem fica radiante com a honraria. Quando dá início ao minucioso serviço de investigação do passado, ela depara com uma série de mistérios nas profundezas do universo que achava conhecer tão bem. Confrontada com uma verdade chocante, Kira precisará tomar decisões que mudarão sua vida e toda a comunidade. Em A escolhida, Lois Lowry traz ao leitor personagens e cenários distintos de O doador de memórias, mas que complementam a sensacional distopia e abrem um novo horizonte de reflexão para a tetralogia.

Classificação:


Ficha Técnica
Título Original:Gathering Blue
Tradução:Fabiano Morais
Páginas:192
Formato:14 x 21cm
Peso:280 g
Acabamento:brochura
Lançamento:10/11/2014
ISBN:9788580413472
Preço:R$24,90   
Preço E-Book:R$16,99
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Notas 
Capa: 09/10
Conteúdo:08/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral:70/100 


Mundo de cores e esperança 
Por Paloma Viricio
ilustração we heart it
Visão Geral
"Já Kira não tinha mais família nem lar. (...) De onde estivera sentada junto ao corpo, ela pôde ver a fumaça ao longe. Enquanto observava o espírito da mãe partir, também vira as cinzas de sua infância subirem, rodopiantes, em direção ao céu", p. 06. E assim a vida foi conduzindo a menina que já não tinha rumo. Ela tinha somente uma escolha: a luta pela sobrevivência.

Kira é uma jovem que ficou Órfã de pai e mãe. O pai tinha sido carregado pelas feras quando a menina ainda nem tinha nascido. O que ela sabe sobre ele se resume apenas em histórias contadas pela figura materna. Já a mãe foi ceifada por uma doença terminal. Sozinha, portadora de deficiência e sem perspectivas para o futuro, a menina usará seu talento como bordadeira para seguir em frente e consegui sobreviver em um mundo extremamente difícil. "Era uma longa viagem para a vida, que precisava arrastar a perna deformada por todo o caminho. Seu cajado ficava preso nas raízes enroscadas e vez por outra ela tropeçava. Mas estava acostumada a esse tipo de dificuldade e de dor. Eram velhas conhecidas suas", p. 71.

Após ler O Doador de Memórias, minha mente de leitora curiosa estava muito ansiosa para a continuação. Quando soube que ela seria A Escolhida, fiquei ainda mais desesperada porque precisava saber desesperadamente como a história do livro 01 continuaria.  "Ruína. Reconstrução. Ruína outra vez. Renascimento. Kira corria a mão por cenas em que cidades cada vez maiores surgiam, uma mais magnífica do que a outra, seguidas por calamidades igualmente maiores e mais devastadoras. O ciclo era tão regular que assumia um padrão claro, descrevendo um movimento de subida e descida, como uma onda", p. 104. Posso falar que fui invadida por total decepção com o passar das páginas? Não porque o livro seja ruim. Pelo contrário. Eu amo a escrita de Lowry, mas fiquei decepcionada porque o livro prometeu algo que não encontrei... uma continuação sobre a brochura anterior, O Doador de Memórias.


Na sinopse, fala que A escolhida traz cenários e personagens distintos, mas sinceramente não vi nada disso. Não reconhecia nenhum cenário ou personagem do livro O Doador de Memórias nesse.  Também falam que esse livro abre a mente do leitor para entendimentos futuros sobre a Tetralogia. Isso eu só poderia confirmar para vocês quando ler o livro que virá na sequência. "Kira compreendeu de repente que, embora sua porta estivesse destrancada, não era livre de verdade. Sua vida se limitava àquelas coisas e àquele trabalho. Ela estava perdendo a alegria que costumava sentir quando as linhas de cores vivas tomavam forma em suas mãos , quando os bordados vinham a ela e eram só seus", p. 135.

De modo geral o livro foi muito satisfatório. Li em apenas dois dias. Não é segredo para ninguém que eu amo distopia, não poderia achar diferente, certo? Ela tem um modo bem especial de escrever, a descrição é instigante. Além disso, não sei explicar bem, mas as tramas dela causam uma inquietude gostosa dentro de mim. ADORO! Autora mostra no livro as sobras de uma sociedade no futuro. É mais pura reflexão, vemos que a ganância fez o homem regredir, quase para um estágio de ser irracional. Talvez esse destino, infelizmente, não esteja muito longe. 

Design e diagramação

A capa do livro é muito bonita, mas não passa com exatidão o principal foco da história. O livro é fino, conta com 192 páginas. As letras não são muito grandes, mas o espaçamento é agradável. O miolo foi impresso em material polen.

Sobre a autora

Com mais de 30 livros publicados, a americana Lois Lowry já recebeu diversos prêmios por sua obra, como o Boston Globe-Horn Book, o Dorothy Canfield Fisher, o Mark Twain e a Medalha John Newbery, concedida pela Association for Libray Service to Children, pelos livros Numbers the Stars e O Doador.Fonte: Editora Arqueiro.

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