Resenha- Azul da Cor do Mar- Marina Carvalho

By Paloma Viricio - maio 11, 2015

Azul da Cor do Mar - ACASO, DESTINO ou LOUCURA? No caso de Rafaela, Pode ser tudo isso junto. Para alguém como ela, nada é impossível. Rafaela sonha desde a adolescência com o garoto que viu uma vez, perto do mar, carregando uma mochila xadrez... A idéia fixa não a impediu, porém, de ser uma menina alegre e muito decidida. Ela quer ser jornalista, e seu sonho está se concretizando: Rafaela Vilas Boas (um nome tão imponente para alguém tão desajeitado) conseguiu um estágio no melhor jornal de Minas Gerais. Mas, como estamos falando de Rafa, alguma coisa tinha que dar errado. O jornal é mesmo incrível, mas seu colega de trabalho, Bernardo, não é a pessoa mais simpática do Mundo. Em meio a reportagens arriscadas – e alguns tropeços -, Bernardo acaba percebendo, contra a sua vontade, que Rafaela leva jeito para a coisa... E que eles formam uma dupla de tirar o fôlego. Mas e a mochila? E o garoto, o envelope, as cartas? Um dia a estabanada Rafaela vai ter que se libertar dessa obsessão. 
Classificação:
Ficha Técnica
Autores: MARINA CARVALHO
ISBN: 9788581633732
Selo: NOVO CONCEITO / NOVAS PÁGINAS
Ano: 2014
Edição: 1
Número de páginas: 336
Formato/Acabamento: 16x23x2,2
Peso: 0.46 kg
Preço Sugerido: R$ 39.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: LITERATURA NACIONAL | ROMANCE

Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 08/10
Diagramação: 10/10
Nota geral: 80/100

Um sonho todo azul, azul da cor do mar
Por Isabelle Rocha

Apesar de a leitura ter sido rápida e prazerosa, esta é uma resenha difícil. Para mim, qualquer sugestão do que a história seria já é um spoiler. Esse é um livro que recomendo você ler sem ter contato com a opinião de outras pessoas ou com a sinopse. Como sei que as pessoas sempre fazem o contrário do que recomendam a elas, você com certeza vai correr para terminar esta resenha, só por teimosia! Adianto logo: “Azul da cor do mar” foi uma leitura rápida, leve e divertida, exatamente o que eu estava precisando para quebrar um pouco a rotina estressante da faculdade.

Rafaela é uma jovem de 21 anos que está prestes a se formar em Jornalismo, na PUC. Por ser uma das melhores alunas da sua turma, foi recomendada pela sua professora para uma vaga em um dos jornais mais prestigiados de Minas Gerais, o Folha de Minas. O que parecia ser um sonho, mostra-se um pesadelo. Bernardo é o responsável, supostamente, por ensiná-la como funciona o dia-a-dia de um jornalista nas mais diversas situações, mesmo nas mais perigosas, e por oferecer-lhe suporte para a criação de textos, para a elaboração e a execução de entrevista, assim como outros afazeres da área. Ele, no entanto, é resistente à presença dela e parece colaborar somente para transformar a vida dela num verdadeiro inferno. Como se isso não fosse o bastante, ele é verdadeiro deus grego, capaz de fazê-la perder a cabeça por completo, de várias formas diferentes, e até mesmo a postura. Apesar de ele parecer um candidato considerável a um posto elevado no seu coração, este já pertence ao seu garoto.

A protagonista possui uma ligeira obsessão por um garoto que via durante a infância, nas suas férias no litoral do Espírito Santo. Todos os dias, ele passava em sua bicicleta em frente da casa da avó da Rafa, porém ele passava muito rápido, com um chapéu na sua cabeça, de forma que ela não podia descobrir quem era ele. Certo dia, ela finalmente tem um relampejo de seu rosto e grava seus belos olhos azuis contra o mar nas suas mais queridas lembranças.

A Rafa por si só é um grande alívio cômico, porém as suas amigas e os seus irmãos ajudam bastante a manter a atmosfera divertida durante todo o livro. Senti falta de maior interação entre ela e as suas amigas, porém entendo que é complicado todas saírem juntas constantemente, com todos os afazeres do cotidiano que possuem. Apesar de ter sentido falta da presença física delas no livro, fiquei feliz por finalmente encontrar um livro que mostra conversas pela internet sem que isso pareça ser algo (muito) desnecessário.

Outra coisa que me agradou bastante foi que, cada capítulo, se inicia com um trecho cujo objetivo é auxiliar a escrita e a postura ética do jornalista. Achei bem útil na aplicação dos meus trabalhos acadêmicos e textos de opinião que escrevo pela internet. Além disso, esses pequenos trechos demonstram o cuidado da autora em criar uma realidade crível na qual a sua protagonista está inserida.

Algo que realmente me incomodou no livro foram as personalidades com tendências excessivas de grande parte dos personagens. Com a Rafa, sobretudo, ou é 8, ou é 80, não existe meio termo. A parte que mais me desagradou foi o seu conflito extremamente bobo e infantil com a sua amiga. Ela perdeu uma amiga (o que acho mais importante do que um homem bonito, gostoso e todos esses adjetivos) porque foi incapaz de admitir que também era capaz de cometer erros em suas ações, de pedir perdão e de aceitá-lo. A amiga dela também agiu de forma mesquinha, arrogante e tola para alguém da sua idade. A pior parte nem era essa, na minha opinião, mas a hipocrisia da Rafa, que só faltava chamar a ex-amiga de puta, vadia e todos esses adjetivos pejorativos, porque ela fez o que qualquer ser humano tem o direito de fazer, se a outra pessoa também consentir. Obviamente, ela só estava chamando a ex-amiga de puta, enquanto o Bernardo continuava sendo tachado de atraente, charmoso, irresistível e, de vez em quando, até atencioso e caridoso. Obviamente, ele é homem e pode fazer o que bem quiser. A minha indignação só amenizou porque, felizmente, as próprias amigas da Rafa estavam achando que ela estava indo longe demais e estava tratando o assunto de forma exagerada e infantil.

A história é previsível, mas, pouco perto do final, acontece uma reviravolta que realmente me fez duvidar se a minha teoria estava certa.  Apesar de ser um romance, o livro apresenta alguma dose de ação e de mistério, o que torna a história ainda mais divertida. Recomendo-a para quem, como eu, está precisando parar o mundo por um momento e dar uma boa gargalhada para descontrair. 

Uma dica: escutem a música do Tim Maia, que dá nome ao título da resenha e que também se chama “Azul da cor do mar”.

Design e Diagramação
Mal posso expressar o quanto a capa e o design geral do livro é lindo! Para começar, a capa já tira o fôlego de qualquer um! Então, abre-se o livro e descobre-se o belo e cuidadoso trabalho que tiveram em colocar imagens e organizar os diferentes tipos de texto que formam a história.

Sobre a autora

Marina Carvalho nasceu em Ponte Nova, Minas Gerais. Formou-se em Jornalismo pela PUC-Minas. Seu livro de estreia foi “Simplesmente Ana”, lançado em 2013, e logo seguido de sucessos como “Ela é uma fera” e “Azul da cor do mar”. Ela afirma que ama ler, independente do gênero literário, e que, quando criança, lia as revistinhas da Turma da Mônica e ficava esperando ansiosamente pela chegada delas todos os meses.

Postagem feita por:

Isabelle, pseudo-escritora, sonhadora, tento fazer poesia, mas acabo aglutinando demais minhas palavras e tudo vira prosa com toque de melancolia. Deixe-me, que ainda estou aprendendo o ofício. Tenho 18 anos vividos como um sopro e aquela sensação ruim de que tudo está acontecendo rápido demais. Fora isso, gosto de música, de livros, de filmes e de todos os clichês de sempre.




Encontre  Monólogo de Julieta  também no:

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