Resenha- Vermelho como o Sangue- Salla Simukka

By Paloma Viricio - maio 09, 2015

pdf vermelho como o sangue- salla simukka
Simukka, Salla. Vermelho como o sangue / Salla Simuka. – Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2014.
No congelante inverno do Ártico, Lumikki Andersson encontra uma incrível quantidade de notas manchadas de vermelho, ainda úmidas, penduradas para secar no laboratório de fotografia da escola. Cédulas respingadas de sangue. Aos 17 anos, Lumikki vive sozinha, longe de seus pais e do passado que deixou para trás. Em uma conceituada escola de arte, ela se concentra nos estudos, alheia aos flashes, à fofoca e às festinhas dominadas pelos garotos e garotas perfeitos. Depois que se envolve sem querer no caso das cédulas sujas de sangue, Lumikki é arrastada por um turbilhão de eventos. Eventos que se mostram cada vez mais ameaçadores quando as provas apontam para policiais corruptos e para um traficante perigoso, conhecido pela brutalidade com que conduz os seus negócios. Lumikki perde o controle sobre o mundo em que vive e descobre que esteve cega diante das forças que a puxavam para o fundo. Ela descobre também que o tempo está se esgotando. Quando o sangue mancha a neve, talvez seja tarde demais para salvar seus amigos. Ou a si mesma.
  Classificação:

Ficha Técnica
Autores: SALLA SIMUKKA
Título: Vermelho como sangue
ISBN: 9788581635798
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2014
Edição: 1
Número de páginas: 240
Formato/Acabamento: 16x23x1,5
Peso: 0.33 kg
Preço Sugerido: R$ 34.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: THRILLER
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Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 7/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 8/10

Neve e sangue
Por Paloma Viricio
branca de neve sanguinaria
Visão Geral
Era uma vez uma menina que não tinha medo. (...) A menina confiava como confiam aqueles que a terra nunca destruíra, que nunca foram traídos por ninguém. (...) Era uma vez uma menina que aprendeu a ter medo. Contos de fadas não começam assim. Outras histórias, mais sombrias, sim”, p.87. Vermelho como o Sangue era como Lumikki via a própria vida. Sua felicidade foi coagulada sem perspectivas de mudança. A menina que odiava perfumes porque eles traziam lembranças. Odiava porque só queria afogar as próprias recordações em um profundo rio bordô.

Era para ter sido apenas um dia comum na escola. Aula. Solidão. Aula. Lumikki. Solidão. Aula. E finalmente ir para casa. Mas a realidade costumeira foi arrancada de Lumikki como doce de criança. Isso porque a mesma, ao entrar no laboratório de fotografia, encontra uma mala repleta com notas respingadas de sangue. Vermelho. Fétido. Sangue. Que pertenceu á alguém. Uma pessoa,  tinha certeza, mas não fazia a mínima ideia de quem fosse. Por que a mala estaria dentro da escola? O que faria? As incertezas tomaram conta da mente de Lumikki. Levaram-na para um redemoinho de confusões. A vida da jovem, jamais seria a mesma. “Ela era a peça do quebra-cabeça que não tinha seu próprio lugar, mas poderia de repente preencher quase qualquer buraco que fosse necessário. Ela não era como os outros. Ela era exatamente como os outros”, p.28.

Quem me conhece sabe que sou apaixonada por histórias baseadas nos contos de fadas. Enfim, acho que é sempre interessante ver o que o cérebro humano tem capacidade de recriar. Portanto, estava demasiadamente ansiosa para ler Vermelho como o Sangue. Confesso que fiquei com um pouco de medo depois de ler algumas resenhas negativas, mas com sinceridade elas só fizeram eu ficar com mais vontade de ler a obra de Simukka. “As rachaduras no teto eram como o mapa estelar de um céu desconhecido. Falhas. Ela as amava. Eram tão interessantes. Mas naquele momento, Lumikki se concentrava na raiva, porque ela lhe dava poder. (...)Ela não queria mais ter medo”, p.153.

Eu adorei o livro. Estou fugindo de obras clichês e esse está de parabéns por isso. Um ponto forte é que Simukka envolve os leitores em algo totalmente original. Graças a Deus não tive que presenciar mais um daqueles roteiros batidos. Nunca vi uma personagem como Lumikki. Ela é bastante estranha, ás vezes me irritava. Não a odiei, mas infelizmente não consegui pegar afeição por ela. Nenhum personagem me fisgou totalmente, mas isso não influenciou em nada minha leitura. Gostei bastante, ainda mais das cenas de ação. Elas que realmente me conquistaram e deixaram minha cabeça rodando, como um bom suspense deve fazer. Fiquei empolgada. Além disso, Vermelho com o Sangue tem um toque sombrio que gosto muito em livros. “Ela pensou no sangue que escorria da sua coxa para a neve. Ela imaginou que o vermelho formaria lindas espirais contra o branco, pintando um desenho muito bonito, que se espalharia por alguns metros, mais alguns, por toda a floresta”, p.225.

Infelizmente o começo do livro é um pouco parado. E quando o bicho começa a pegar... existem algumas cenas que são surreais. Está certo que o livro é de ficção, mas mesmo assim. Aconteceram coisas que não engoli, acho que a autora poderia ter criado algo mais concreto em algumas partes sem ter que brincar com a percepção do leitor. Enfim, é uma obra boa, com ótima descrição e que me deixou ansiosa por uma continuação. 

Design e diagramação
O livro possui diagramação bem simples. O miolo foi impresso em papel polen, vocês já sabem que adoro porque não cansa a visão. As letras estão em tamanho bom e o espaçamento bem confortável. Em algumas páginas tem uns pingos de sangue...no talento (Risos). 

Sobre a autora

Salla Simukka é uma premiada autora de ficção para jovens adultos. Tradutora e roteirista de TV, já estudou filosofia nórdica, finlandês, literatura e escrita criativa. Nasceu em Tampere, na Finlândia, onde vive até hoje. Fonte: Editora Novo Conceito.


Licença Creative Commons
O trabalho Neve e sangue de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.

Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.  



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