Resenha- Neve na Primavera- Sarah Jio

By Paloma Viricio - junho 19, 2015

editora novo conceito
SEATTLE, 1933. Vera Ray dá um beijo no pequeno Daniel e, mesmo contrariada, sai para trabalhar. Ela odeia o turno da noite, mas o emprego de camareira no hotel garante o sustento de seu filho. Na manhã seguinte, o dia 2 de maio, uma nevasca desaba sobre a cidade. Vera se apressa para chegar em casa antes de Daniel acordar, mas encontra vazia a cama do menino. O ursinho de pelúcia está jogado na rua, esquecido sobre a neve. Na Seattle do nosso tempo, a repórter Claire Aldridge é despertada por uma tempestade de neve fora de época. O dia é 2 de maio. Designada para escrever sobre esse fenômeno, que acontece pela segunda vez em setenta anos. Claire se interessa pelo caso do desaparecimento de Daniel Ray, que permanece sem solução, e promete a si mesma chegar à verdade. Ela descobrirá, também, que está mais próxima de Vera do que imaginava.

Classificação:

Ficha Técnica
Autores: SARAH JIO
ISBN: 9788581637211
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2015
Edição: 1
Número de páginas: 336
Formato/Acabamento: 16x23x2,1
Peso: 0.46 kg
Preço Sugerido: R$ 34.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: DRAMA


Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 10/10
Diagramação: 10/10
Nota geral: 95/100

A temporada das amoras-pretas
Por Isabelle Rocha 

Meu gênero é fantasia. Vez por outra me arrisco para algo além do realismo fantástico. Contudo, alguns dos livros que mais me marcaram foram aqueles que contaram apenas um momento no cotidiano de pessoas normais, como eu, como você. Há algo nesses livros que me torna extremamente sensível, talvez porque eles mostrem como a vida é de fato – muitas vezes difícil, e no meio da tristeza, da miséria de espírito e da solidão, de vez em quando é possível surgir esperança de uma realidade melhor.

Neve na Primavera foi um desses livros, que alcançaram meu coração.

A história é contada a partir de dois pontos de vista. Em 1933, durante a turbulenta fase da Lei Seca nos EUA, Vera Ray é uma mãe solteira que precisa trabalhar duro para conseguir sustentar a si mesma e ao seu filhinho de 3 anos, Daniel Ray. Ela o ama e tenta fazer o possível para que a infância dele seja o menos cruel possível, mesmo em meio à pobreza e à violência em que vivem. Um dia, após o término do seu trabalho, ela se depara com um evento peculiar – neve na primavera. Ela sai correndo para encontra o seu filho, com medo de que ele esteja sozinho, com frio, no pequeno apartamento. Quando chega em casa, Daniel não está em lugar algum para ser visto. Assim, começa a sua jornada em busca do paradeiro do seu único filho.

Em paralelo, 80 anos depois, Claire acorda sozinha em seu apartamento, no dia 2 de maio. Ao olhar pela janela, vê Seattle recoberta de neve, também em meio à primavera. Uma segunda surpresa surge minutos depois, com o telefonema do seu chefe pedindo uma matéria sobre o assunto. Claire não se sente disposta a contar esta história, da mesma forma como vem se sentindo em relação a qualquer trabalho que precise fazer no jornal, ao longo dos últimos meses. A faísca de curiosidade se ascende novamente, ao descobrir o desaparecimento de Daniel Ray, ocorrido na mesma época, anos no passado. Por um motivo que será revelado mais à frente da história, Claire sente-se sensibilizada pelo sofrimento de Vera e torna-se determinada a descobrir o que aconteceu com o menino.

Enquanto acompanhamos a busca de Claire por pistas que a levem em direção à verdade, descobrimos detalhes do seu passado, a razão dos seus traumas, da sua melancolia e da distância existente entre ela e o seu marido, Ethan. Descobrir o mistério por trás do desaparecimento de Daniel é de suma importância para ela, porque é uma forma de ela conseguir superar o seu próprio passado.

“- Que bondoso da sua parte se importar com uma história do passado – ela continuou.– Tantos jovens não dão a mínima sobre qualquer coisa que não tenha a ver com o aqui e agora.”

Um dos meus pontos preferidos no livro foi que todos os seus personagens estavam interconectados, tanto na história de Vera quanto na de Claire. Da mesma forma, achei lindo o simbolismo dessas histórias, elas se complementam ao mesmo tempo em que são análogas, pois ambas tratam da jornada de duas mulheres que parecem estar completamente desamparadas e sem perspectiva. De certa forma, a história de Claire é uma continuação da de Vera, e aquela permite que esta tenha, finalmente, um encerramento.

Outro ponto forte é que, mesmo após Claire ter desvendado o mistério e estar satisfeita por ter conhecimento do que aconteceu com Vera e Daniel, ela jamais saberá toda a história. Há detalhes da vida de Vera, assim como a influência de certos personagens na sua história, que jamais serão revelados, seja para Claire, seja para qualquer outra pessoa.

O único ponto negativo do livro foi que, para mim, pareceu muito fácil e conveniente as formas como Claire sempre encontrava pistas que a levavam na direção correta. Sempre. Essas pistas sempre apareciam diante dos pés dela (às vezes, literalmente), por sorte. Eu gostaria que ela tivesse um pouco mais de trabalho e frustração para solucionar o mistério. Mas, isso não foi algo que fez mudar o que sinto pelo livro.

Design e diagramação
Eu li o livro no formato de epub, então pude ajustar o tamanho das letras, controlar a iluminação e a diagramação. Por isso não me sinto apta a comentar precisamente sobre esta parte do livro. A capa, contudo, preciso admitir, está linda.

Sobre a autora

Sarah Jio é a autora de bestsellers como Blackberry Winter (traduzido recentemente para o português como Neve na Primavera), The Last Camellia e As Violetas de Março. Sarah é também a antiga bloggeira de saúde e fitness para o Glamour.com. Ela tem escrito vários artigos para revistas internacionais, incluindo The Oprah Magazine, Glamour, SELF, Real Simple, Fitness, Marie Claire, e muitas outras. Sarah vive em Seattle com o marido e seus três filhos.

Postagem feita por:

Isabelle, pseudo-escritora, sonhadora, tento fazer poesia, mas acabo aglutinando demais minhas palavras e tudo vira prosa com toque de melancolia. Deixe-me, que ainda estou aprendendo o ofício. Tenho 18 anos vividos como um sopro e aquela sensação ruim de que tudo está acontecendo rápido demais. Fora isso, gosto de música, de livros, de filmes e de todos os clichês de sempre.


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