Enquanto aguardava o concerto dentro da capela de um colégio, Addae Emussen observou que em um dos vitrais daquele lugar havia uma gravura nada condizente com a fé cristã. Atento a todos os detalhes, logo percebeu que o vitral não estava ali por acaso. Nele está embutido um singelo convite deixado por uma fraternidade milenar, que, infiltrada no Vaticano e também em diversas outras religiões espalhadas pelo mundo, atravessa os séculos com a missão de guardar o segredo que mudaria o rumo da humanidade. Para conhecer tal mistério, todos os envolvidos deveriam passar por uma transformação psíquica e espiritual, e Addae Emussen estava pronto para viver tal experiência. O enigma do vitral e o interesse que a fraternidade tem em chegar até o Addae é o ponto de partida deste romance, que envolverá você, leitor, e o fará trilhar um caminho mágico pelos mistérios da vida e da criação.
Ficha técnica
Título: O Vitral – Guardiões da Última Profecia
Autor: Fernando Valverde
Categorias: Fantasia, Ficção, Religião e Espiritualidade
Número de páginas: 376
ISBN-13: 9788542803198
Editora: Novo Século
Notas
Capa: 8/10
Conteúdo: 7/10
Diagramação: 7/10
Geral: 65/100
A realidade debaixo do véu
Por Isabelle Rocha
Eu preciso ser sincera:
não gostei desse livro. Porém, ainda há certos aspectos positivos que me sinto
obrigada a destacar.
A história acompanhará
Addae em sua jornada por desvelar os segredos da fé e o véu que cobre a nossa
realidade, em outras palavras, pode-se dizer que ele passa por uma série de
etapas, treinos e reflexões com o objetivo final de transcender, ampliar a
capacidade de percepção da sua consciência. Essa jornada começa quando ele nota
que um vitral, numa igreja cristã, possui determinados símbolos que não parecem
ser adequados para a representação que a maioria dos cristãos possui de suas
crenças e de seus dogmas. A curiosidade de descobrir os segredos por trás
daqueles símbolos o leva a entrar em contato com uma fraternidade milenar composta
por praticantes de diferentes religiões.
O que mais gostei neste
livro foi que o autor trata com muita delicadeza e sensibilidade um tema que é
praticamente tabu na sociedade, a religião. Quando digo que este é tabu,
refiro-me ao fato de que as pessoas não pensam criticamente acerca das crenças
religiosas que seguem. Apesar de falar sobre outras religiões, o autor,
Fernando Valverde, fala principalmente sobre o cristianismo. Através de
diálogos muito interessantes e densos, os personagens debatem sobre a tendência
do homem de corromper os princípios da fé e de usá-la para dominar outros
homens. Na maioria das vezes, as pessoas seguem algo somente por que foram
ensinadas desde pequenas que aquele é o certo e a única verdadeira forma de
salvação, se não o fizerem, sofrerão eternamente castigos por sua desobediência.
“É que quando olho para as pessoas que praticam o
Cristianismo ou qualquer outra religião, parece que todos estão dentro de um
aquário. Dá a impressão de que só é permitido experimentar aquilo que se
oferece. Se você tem um anseio maior pelo sagrado e decide sair em busca de
respostas, parece cometer um grave pecado.” P. 22
Ademais, há algo ainda
mais interessante que aparece em um dos diálogos. As pessoas parecem estar
interessadas a buscar a orientação de padres, filósofos, psicólogos, porém
muito dificilmente estão inclinadas a seguir os seus ensinamentos. Elas apenas
fazem aquilo que irá favorecê-las de alguma forma, trazer-lhe prestígio social,
porém não estão dispostas a realmente sacrificar parte de seus bens e de seu
tempo, de seus sentimentos, em prol de ajudar outra pessoa que não faça parte
de seus círculos sociais mais próximos. Mais do que isso, elas dificilmente
procuram compreender pessoas que pensem ou que possuam pontos de vista
diferentes do seu. Suas convicções, assim como sua religião, são únicas, e quem
não concordar com elas está terrivelmente errado.
Eu gostei bastante da
parte em que o Addae experimenta as formas de celebração da fé em diversas
religiões. É uma parte realmente linda, que apenas serviu para reafirmar tudo
em que sempre acreditei – todas estas religiões, assim como as ciências, são
apenas formas diferentes de falar sobre a mesma coisa, de alcançar o mesmo propósito,
o qual deveria ser a união, o respeito, a tolerância, o amor e a paz.
O grande problema, para
mim, foi a narração. Além de cansativa, senti que o autor demorou bem mais do
que deveria até alcançar o ponto alto da sua história. Algo que realmente me
incomodou foi que, nas melhores partes, o autor parecia falar sobre o que
estava acontecendo, ao invés de nos mostrar como estava acontecendo, o que
poupa o leitor de sentir na pele o que o protagonista sente. Esses aspectos me
incomodaram muito, de forma que eu estava na metade do livro e não sentia a
menor vontade de seguir em frente, porque tinha a impressão de que ele não teria
nenhuma informação a mais para acrescentar do que já foi falado e repetido várias e várias e várias vezes. Na
maioria das partes, achei a leitura chata, sobretudo porque não senti nenhuma
conexão com Addae.
De forma geral, achei a
ideia da história excelente e a mensagem que ela propõe passar é muito
importante, porém a execução deixou a desejar.
Postagem feita por:
Isabelle, pseudo-escritora, sonhadora, tento fazer poesia, mas acabo aglutinando demais minhas palavras e tudo vira prosa com toque de melancolia. Deixe-me, que ainda estou aprendendo o ofício. Tenho 18 anos vividos como um sopro e aquela sensação ruim de que tudo está acontecendo rápido demais. Fora isso, gosto de música, de livros, de filmes e de todos os clichês de sempre.
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