Resenha- 172 horas na lua- Johan Harstad

By Paloma Viricio - outubro 07, 2015

editora novo conceito
Harstad,Johan.172 horas na lua/ Johan Harstad;tradução Camila Fernandes.-Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2015.
O ano é 2018. Quase cinco décadas desde que o homem pisou na Lua pela primeira vez.Três adolescentes comuns vencem um sorteio mundial promovido pela NASA. Eles vão passar uma semana na base lunar DARLAH 2 - um lugar que, até então, só era conhecido pelos altos funcionários do governo americano. Mia, Midore e Antoine se consideram os jovens mais sortudos do mundo. Mal sabem eles que a NASA tinha motivos para não ter enviando mais ninguém à Lua. Eventos inexplicáveis e experiências fora do comum começam a acontecer... Prepara-se para a contagem regressiva.
Classificação:



Ficha Técnica
Autores: JOHAN HARSTAD
Título: 172 Horas na Lua
ISBN: 9788581637099
Selo: NOVO CONCEITO
Ano: 2015
Edição: 1
Número de páginas: 288
Formato/Acabamento: 16x23x1,9 cm
Peso: 0.40 kg
Preço Sugerido: R$ 34.90
Área Principal: FICÇÃO
Assuntos: SUSPENSE
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Notas
Capa: 08/10
Conteúdo: 03/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 55/100

Perigo na lua
Por Paloma Viricio
moon
Visão Geral
Ela, Midori e Antonie treinavam com a tripulação o tempo todo. Repassaram as manobras centenas de vezes, estudaram intensamente para memorizar todos os detalhes e praticaram em simuladores. Ela treinava com os outros em uma piscina enorme para simular como seria caminhar na lua. Forçara-se a ler os três manuais de cabo a rabo duas vezes. Estava pronta para ir. Agora, só restava a espera. E o medo”, p.112. A lua... Verdadeira inspiração dos apaixonados. A certeza de que não estamos sozinhos no universo... o mistério. Antonie, Mia e Midori nunca poderiam imaginar o que o destino os reservava quando partiram para o espaço.

A NASA cria um projeto instigante, inovador e que poderia trazer diversos benefícios em pesquisas para a humanidade. O ano é 2018 e três adolescentes são sorteados para passarem 172 horas na lua, habitando a base Darlah 2. Regados pela felicidade da família e nação não imaginavam o perigo que passariam a correr. A Terra seria o melhor lugar do universo, nunca sentiriam tanta saudade de casa. “(...) se não quisesse rodar o mundo como parte de alguma campanha publicitária da NASA, então recusaria.  Estava decidida. E ela sabia que era capaz disso. Pois passara uma noite na cidade de Nova York e isso lhe ensinara algo importante: era ela quem decidia o próprio caminho”, p.96.

172 horas na lua foi um pedregulho no meu sapato. Terminei o livro com uma sensação enorme de vazio e raiva do autor. Tudo que conseguia pensar era: “Como assim? Somente isso?” Estava com altas expectativas porque adoro o universo e questões que envolvam o mesmo, mas o mínimo que fiquei foi decepcionada. “No minuto seguinte, ela estava com os pés plantados na poeira cinza. A primeira coisa que percebeu foi o silêncio. Um silêncio morto, avassalador, como se o único som restante no espaço fosse o de sua própria respiração abafada. Isso lhe deu a sensação de ter saído do universo em si”, p.131.

Não posso negar que a escrita de Harstad é boa. No sentido que consegue  descrever as cenas muito bem, tornando a trama visualmente fácil para o leitor imaginar. Fora isso, minha sinceridade pode ser cruel, porque não vi nenhum outro ponto positivo. Os personagens são meio bobos, sem nenhum grande objetivo a ser alcançado. As coisas só começam a esquentar lá para a página 150 e não chegam a pegar fogo. O autor perde um tempo colossal mostrando detalhes da vida de cada um dos adolescentes, também dos astronautas, sem nenhum encaixe com o final do livro. Além disso, há muitas pontas soltas que  continuam sem explicação, que não servem para nada, como um monte de lixo espacial. “Tateou em pânico pelo caminho. A escuridão envolvia tudo, mas a sensação de que não estava sozinha a impedia velozmente pelo corredor. Para se orientar, passava a mão direita pela parede lateral enquanto corria. Tinha certeza de que as paredes estavam  se estreitando a cada passo”, p.261.

A explicação sobre a tal causa do mistério na lua foi ridícula. Fraca. No mínimo estranha e difícil de engolir. Me irritou alguns pontos repetitivos. Os astronautas formavam sempre a imagem de heróis. Ah...vou morrer na missão e tudo está ótimo. Uma ova! Quem não fica desesperado sabendo que a asfixia está perto de acontecer? Em outros trechos as personagens viviam exclamando coisas como: “Vamos sair daqui”... “Nós temos que sair daqui agora mesmo” E o que elas faziam depois? Iam tomar um café na cozinha. Sentar e escutar histórias da carochinha e etc. Totalmente se noção!!!! Parecia até aquelas cenas idiotas de filme de terror.  Fiquei com um ódio dessa budega! Não quero nem ver esse livro na minha frente!
Design e diagramação

A capa do livro é normal. Não tem nada de chamativo, chega a ser estranho aquela pálpebra sem o globo ocular (risos), mas acredito que essa era a intenção. O miolo foi impresso em papel pólen. As letras e espaçamento são agradáveis para a visão. O que achei muito interessante nesse livro são as imagens que encontramos durante a leitura. Essa parte não tenho muito o que reclamar, digamos que é razoável. 

Sobre o autor

Johan Harstad ganhou, em 2008, com 172 horas na Lua, o prêmio Norwegian Brage na categoria Youg Adult. Ele também escreveu contos e diversos romances para adultos, incluindo Buzz Aldrin, What Happened to You in All the Confusion?, melhor obra de ficção do Kirkus Reviews em 2011, publicado em 13 países. Considerado um dos mais importantes autores escandinavos do nosso tempo, Johan vive em Oslo, na Noruega.Fonte: Editora Novo Conceito.
Licença Creative Commons
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