Legado de Sangue - Carmem sempre ouvira as tristes histórias de Francesca. Adorava cada frase saída da boca enrugada da avó, mas sentia que a verdade estava escondida nas linhas de seu rosto, presa em um coração saturado de sofrimentos. Foi em uma noite de lua cheia que ela finalmente lhe contara a verdade: seu antepassado era um vampiro, Carmem era a herdeira do Rubi de Sangue e do poderoso sangue das bruxas, o único alimento capaz de saciá-lo completamente, e que ao mesmo tempo era para ele mais letal do que qualquer veneno; e era a única capaz de gerar um filho para salvá-lo da extinção. Apaixonada, Carmem segue o seu caminho rumo ao destino que a aguarda. Miguel deseja o seu sangue, e ela, a imortalidade dele.
Ficha Ténica
Título:Legado de Sangue
Autor:Raquel Pagno
Ano: 2013
Páginas: 373
Idioma: português
Editora: Amazon
Legado de Sangue
Por Carol Cadiz
Ao olhar o título e a capa já podemos imaginar de qual criatura sobrenatural estamos falando. O início do livro conta com uma avó com o passado turbulento e netas curiosas sobre esse passado e uma mãe querendo proteger suas filhas do desconhecido. Até que uma noite a avó Francesca despeja toda a história de sua vida sobre as netas de 16 e 14 anos.
Esse não é o primeiro livro da autora que eu tive a oportunidade de ler. E o que notei na escrita de Pagno é a forma na qual ela trabalha muito bem o que sentimos ao decorrer da história, ela consegue nos passar o mesmo sentimento dos personagens. Pelo menos pra mim, esse trabalho das emoções à flor da pele foi muito grande. Eu consegui sentir todo o medo e toda a curiosidade da personagem, da mesma forma ou até mais.
Pontos negativos: o início do livro é muito confuso. Eu tive que reler as 13 primeiras páginas, quando a primeira parte do livro acabou. Isso também é uma característica da autora pelo que percebi dividir o livro em partes. Seablue que foi o primeiro livro que li da Raquel foi dividido perfeitamente em três partes.
E quem leu a minha resenha de Seablue viu que reclamei o fato de a autora não revelar a idade dos personagens, aqui ao mesmo tempo, é a mesma reclamação não é, e o seguinte, ela até coloca algumas idades, mas na primeira parte a única noção de tempo e quando fala lá para o final deste pedaço a idade de Teresa. No demais perdemos toda a noção de tempo em que ocorre às ações. Me senti perdida no calendário como a personagem que não vê o tempo passar. (Se essa era a intenção da Raquel, ponto para ela). No final da primeira parte até entendo esse motivo de “perdida no calendário”. Mas me incomodou.
Fora isso a primeira parte está muito rica em detalhes e sentimentos. Agora na segunda parte, o tempo foi mais controlado e até certo ponto a história ia de vento em polpa. Até estarmos nos encaminhando para o final. Ao total o livro tem 435 páginas que eu acho que poderia ser dividido em dois livros. Quando o terceiro elemento importante da história aparece eu senti falta de ser trabalhado melhor, a impressão que eu tive é a de que ela tinha um prazo para fechar e terminou logo.
Esse terceiro elemento podia dar uma boa continuidade em um segundo livro, abriu para autora a possibilidade de fazer uma duologia que com toda a certeza deixaria o livro mais leve. Isso contando o gênero acho que a segunda parte deixou muitas portas abertas, com informações muito boas, que seriam interessante serem fechadas. O livro ficou sobrecarregado.
Mas nem tudo é ruim. Com tudo o que falei é o que parece, né? A história é realmente muito boa o contexto geral da ideia é ótimo. Como eu disse eu mudaria dois pontos que complementaria esse contexto, não tiro nada.
Fiquei muito impressionada com a capacidade da Raquel de tratar coisas “comuns” que fazem parte do nosso mundo, em elementos sombrios. E como já falei, a capacidade de aflorar todos os sentimentos dos leitores. Só por isso já vale muito você experimentar a sensação de ler um livro não como o personagem, mas como espectador ao vivo de tudo. Até hoje se li cinco livros com esse poder, foi muito. Essa forma de escrita me encanta de um jeito todo especial.
Postagem feita por:
Carol Cadiz,19 anos, estudante de jornalismo, conselheira,amiga,ama musica, dedicada, sonhadora, determinada, leitora compulsiva... Feliz! simples assim. "Me provoque, me desafie, me tire do sério, Me tire do tédio, vire meu mundo do avesso..." - Clarice Lispector. Normalidade? já nem sei o que é.
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