Edgar Allan Poe é considerado um dos mais influentes escritores da humanidade – seu poema “ O Corvo” é um eterno sucesso de público e crítica. Esta edição apresenta um novo ponto de vista sobre o mais famoso poema de Poe. A tradução inédita de Luiz Antonio Aguiar e seus comentários combinam com maestria com a interpretação contemporânea do ilustrador Ryan Price. Nesse encontro inusitado, espelham-se o suspense e o esmero de composição característicos de Poe, precursor de diversos gêneros literários, como o fantástico, o gótico, a novela policial e a ficção científica.
Misterioso, romântico, perturbador
Por Paloma Viricio
Como
me encanta ainda? Será apenas horror ou poesia? Edgar Allan Poe, o mestre do
horror. Fez do Poema, O Corvo, um mito, um amor iludido. A dor de se perder
alguém.... a incerteza da existência. E quem seria então O corvo que pronuncia
exaustivamente Nunca mais? Seria ele a alma cansada, lagrimejada e sangrenta de
seu admirador? Ou apenas a saudade lhe sufocando a alma sem nenhuma
piedade? “E o Corvo não foi embora: lá ficou, lá se demora, pousado no busto
branco de Palas, sobre os umbrais, com a aparência tristonha de algum demônio
que sonha; e a luz no piso desenha seus contornos fantasmais; e eis que,
perdida, minha alma dos contornos fantasmais se livrará – nunca mais!”
A
primeira vez que tive contato com a escrita de Poe, foi ao ler Histórias Extraordinárias . Viajei demasiadamente na loucura do escritor, na forma forte
e apaixonada como ele descrevia o sentido das personagens. Não deu outra...
Poe tornou-se um dos meus escritores preferidos. Aliás, inspiração, também, na
confecção de muitas poesias do meu livro (Poesias que Sangram). Entretanto, na
primeira obra lida (acima citada) não incluía o Poema O Corvo (1845). A
curiosidade apenas servia para enraizar o desejo, tornando-o ainda mais
avassalador em minha mente. Foi quando conversando com meu amigo, poeta, Samuel Balbinot, que tive a oportunidade de ler , O Corvo, como um
presente que o mesmo enviou para minha pessoa com muito carinho. Eu amei.
Depois
fiquei sabendo que existiam várias versões do poema. Não me canso de ler. Essa
invasão pessoal, sombria e romântica da personagem principal é enlouquecedora. A
versão que resenho não é uma das melhores. A diagramação está perfeita, as
ilustrações do corvo (feitas por Ryan Price) são sensacionais, mas a tradução
de Veio Libri / Luiz Antonio Aguiar não me agradou muito.... Enfim, a melhor
versão que li até hoje foi traduzida pelo mestre Machado de Assis. A construção
poética de Poe é perfeita. Causa asfixia no leitor toda vez que o ser carrancudo responde 'Nunca Mais'! É lembrar que perdemos diversas vezes na vida, que nada
volta e que devemos aprender a viver com a dor. Uma consciência perturbada pode
abalar qualquer estrutura. Um coração dilacerado abala a alma. O que é a
consciência senão o espelho da alma? É um poema que vale ser lido e refletido
nesse Halloween. (Resenha um pouquinho atrasada, mas ainda está valendo, rsrs ).
Sobre o autor
Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe; Boston, 19 de Janeiro de 1809 - Baltimore, 7 de Outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literário americano, fez parte do movimento romântico americano. Conhecido por suas histórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores americanos de contos e é considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por contribuição ao emergente gênero de ficção científica.Ele foi o primeiro escritor americano conhecido a tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difícil. Fonte: Wikipédia.
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