Resenha- A mamãe é rock- Ana Cardoso

By Paloma Viricio - novembro 12, 2016

Cardoso, Ana Emília. A mamãe é rock/ Ana Cardoso.Caxias do Sul, RS: Belas-Letras, 2016.
Este é um livro sobre a maternidade e todos os sentimentos loucos que as mães têm em relação a quem de alguma forma criam, seja um filho natural, adotivo, neto ou sobrinho. É sobre família e é sobre as mães também, esses seres que falam uma língua estranha e chata que só entende quem entra para o clube e se torna uma delas. Não se preocupe, não é um livro de lamentações. É o contrário: tem histórias engraçadas, singelas e verdadeiras. Aqueles que leram O papai é pop estão convidados a conhecer o lado mais in/tenso da experiência. A mamãe é rock é um recorte sem filtro dos divertidos e comoventes malabarismos que um casal moderno faz todos os dias para criar suas filhas.










Classificação:


Ficha Técnica
ISBN-10: 8581743285
Ano: 2016
Páginas: 112
Idioma: português 
Editora: Belas-Letras
Onde comprar? Site Belas Letras

Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 09/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 9,5/100
A mamãe é rock para baralho
Por Paloma Viricio


Visão geral
Recentemente postei aqui minha opinião sobre O papai é pop 2. Agora para dar continuidade aos escritos dessa família que muito me agrada, trago a visão do outro lado da moeda através do livro A mamãe é rock. Dessa vez, quem narra as peripécias em família é Ana Cardoso, jornalista, esposa do Piangers e mãe daquelas duas mocinhas fofas que vocês devem ter conhecido no livro O papai é pop.

É inegável que Ana é uma guerreira. Ela tem que dividir o tempo com as meninas, o trabalho, o marido e por fim consigo mesma. Acredito que todo mundo que constrói família nos dias de hoje sabe como é difícil, principalmente para a mulher, fazer com que tudo dê certo e manter a união da família. Ana, mostra a realidade nua e crua. Ser mãe não é tarefa nada fácil, mesmo com a ajuda do marido. Parece que a responsabilidade de educação e subsistência das filhas bem ou mal acaba ficando por conta da mulher. O pai é mais aquele amigão que brinca, faz bagunça, olha as crianças quando a esposa precisa preparar o jantar e leva as filhotas para tomar sorvete escondido. Sabe... a mãe é o ser estranho que tenta te endireitar e o pai é o que sempre te coloca torto porque não aguenta um sorrisinho meigo querendo que ele faça todas as vontades.Sei bem como é isso porque aqui em casa sempre foi assim. Mamãe mais rock e Papai mais pop.


A Mamãe é rock é composto por 38 crônicas, segue a mesma estrutura do livro O Papai é pop. Gostei muito de saber das travessuras das meninas Anita e Aurora e de como a Ana e o Piangers rebolam sem parar com objetivo de criar as filhas da melhor forma possível, com muito amor, carinho e educação. Não sou mãe, confesso que Ana me assustou um pouco inicialmente. Eu pensei: “Jesus amado, se estivesse no lugar dessa mulher, acho que não seria capaz de fazer nem um terço disso”. Deve ser muito difícil lidar com algumas situações que os filhos nos colocam. Criança é um ‘bicho’ muito engraçado, principalmente com alguns questionamentos que fazem aos pais. Sobra quase sempre para a mamãe explicar. Sabe o que confortou aquele medo? O fato da Ana mostra que a figura materna, independente das responsabilidades também é humana, erra, concerta, refaz e segue em diante. É assim que funciona, a sociedade sempre aponta um milhão de dedos somente para julgar se você é ou não uma boa mãe, mas é você que sabe o que passa e acima de tudo entende a necessidade dos filhos.



O livro também é interativo. Tem joguinho dos sete erros com uma foto desenho da Ana, Anita e Aurora. Tem a tabela para sobrevivência dos casamentos do séc XXI, que é mais uma divisão de tarefas do cotidiano e que eu amei! Tantas frases, figuras fofas que representam e inspiram as mulheres. Acime de tudo, este livro nos faz perceber que mãe também precisa de férias, de um tempo para ela. Precisa saber o que responder (ou não) quando os filhos resolvem fazer perguntas indelicadas, ou até mesmo não indicadas para a idade. Mãe, ás vezes precisa ser também a mãe dos outros e sente a necessidade de uma mãe para ela mesma. Ser mamãe é muito rock! 

Design e diagramação

A capa do livro está sensacional. Assim como as capas de O papai é pop 1 e 2. Cores animadas, muitas ilustrações. Tudo compondo um cenário de muito bom gosto. O miolo é impresso em papel pólen, com letras e espaçamento confortáveis para a visão. Só encontrei um pequeno errinho no final da página 24.

Sobre a autora
Ana Cardoso é jornalista e nasceu em Curitiba em 1977. Mudou-se para Florianópolis em 1999, onde trabalhou com esportes radicais na Rádio Atlântida por seis anos, pesquisou rádios e assentamentos do MST e concluiu um mestrado em Sociologia Política. Aos 26 virou feminista, aos 27 casou com o também jornalista Marcos Piangers, aos 28 teve sua primeira filha, Anita. A segunda, Aurora, nasceu sete anos depois. Vive em Porto Alegre desde 2006, envolvida até o último fio de cabelo com pesquisas sociológicas, grupos feministas e a família.
Licença Creative Commons
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Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.  

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