Resenha- Hani Hamrita- Como é grande o meu amor por você- E.Chérri Filho
By Paloma Viricio - fevereiro 07, 2017
Filho,
E. Chérri. Hani Hamrita: Como é grande o meu amor por você /E. Chérri Filho.
São Paulo, SP: Chiado Editora, 2013.
O outono em New York se apresentou diferente naquele ano.
A natureza com suas lindas folhas em tons avermelhados criou um cenário perfeito para os apaixonados. Foi neste cenário que o destino reescreveu a história de Adam Gregório, apresentando-lhe Hani Hamrita.Seu olhar o resgatou de uma vida cotidiana, sem grandes acontecimentos. Não poderia imaginar que aquele encontro modificaria para sempre o rumo de sua existência. Um amor avassalador, capaz de transpor montanhas. Este livro não é apenas um romance. São páginas que relatam a história verdadeira de um americano que renunciou a tudo, ultrapassando as barreiras do limite, por amor a uma linda afeganistã. Essa obra é um convite à reflexão: Você já se permitiu tocar o amor? Passamos a vida esperando que o amor nos toque, nos transforme, mas se o amor estiver à espera do seu toque? É no olhar para além de si que pode estar a resposta que tanto procura.
Adam Gregório ousou tocar o amor e viu sua vida transformada pela força deste toque. Uma história emocionante, com um final surpreendente!
Classificação:
Ficha Técnica
ISBN-10: 9895105479
Ano: 2013
Páginas: 303
Idioma: português
Editora: CHIADO PORTUGAL
Onde Comprar? Site Chiado Editora
Ano: 2013
Páginas: 303
Idioma: português
Editora: CHIADO PORTUGAL
Onde Comprar? Site Chiado Editora
Capa: 10/10
Conteúdo: 10/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 100/100
O doce amor de Hani
Por Paloma Viricio
Visão Geral
Hani
Hamrita foi um presente imenso para mim. Sou apaixonada por livros com temas
que envolvam o oriente, quando a obra mistura o ocidente também fica melhor
ainda. E que livro sensacional Chérri criou. A forma como o autor escreve é
única, especial. Dificilmente encontrei um outro livro assim como esse. Um
romance embebedado em pura poesia com descrições que te fazem viajar. “O cheio
do outono lembrava uma mistura de maçã com canela. O dia estava com um clima
leve, agradável para caminhar. Eles conseguiam ouvir o tilintar das folhas secas,
que os levou a mais um momento de reflexão”, p. 99.
O
livro me lembrou em diversas vezes um cenário de peça. Inclusive a escrita de
Chérri Filho me fez recordar o modo de escrever do grande mestre Shakespeare,
só que se me permitissem dizer, de uma forma mais leve, contemporânea e
despojada. Achei muito interessante ver o contraste, choque cultural que as
meninas (Hani e a irmã) tem quando são obrigadas a voltar para o Afeganistão.
Vivendo a maior parte da vida em Nova Iorque, elas não imaginavam os problemas
sociais que encontrariam no país de origem. “Hani concorda com a cabeça, mas em
seu coração existe uma porção de dúvidas(...) Seu coração se sente tentado em
investir em vidas, pessoas, histórias. Existe muita dor em seu novo mundo. Como
conviver ignorando tudo isso?”, p.170. A
tradição é uma desgraça em muitos países, tiro sempre como exemplo a Turquia,
que ainda tem que enfrentar isso em algumas regiões mais conservadoras.
Outro
ponto que me chamou bastante atenção foram as matérias de jornais inclusas no
contexto literário. Elas fizeram com que a trama ficasse ainda mais real.
Aliás, para aqueles que não sabem, o livro é inspirado em fatos reais. Não tenho
palavras para descrever o quando Hani e Adam mexeram comigo. Que trama
espetacular. Cada pedacinho do livro é extremamente emocionante. Não somente os
personagens principais são bem construídos, como todos os outros porque eles
realmente são utilizados com excelência durante a trama. Além disso, o autor
sabe mexer com nossos sentimentos de um jeitinho só dele. “Se as águas e as
montanhas se misturam em férteis vales e se os poetas afegãos são capazes de
encontrar palavras suaves na tradição clássica persa ou pastum, a geografia, a
terra, o clima, a história, os costumes, as condições de vida estão sempre a
nos lembrar da dificuldade que é nascer afegão”, p.137.
A
realidade é mostrada de forma nua e crua. E vemos como muitas vezes esses povos
do oriente são ridicularizados pelos Estados Unidos sem nenhuma chance de
defesa. Esses dias, um grupo de amigos iniciou um debate sobre o racismo nos States.
E daí todos citaram somente o racismo contra os negros. Fui eu a responsável
por lembrar que também há racismo por parte deles com latinos e orientais.
Parece que todo mundo que vem do oriente é tido como potencial homem bomba por
eles. Complicado... o mundo precisa de regeneração urgente! “O governo
americano não estava preocupado onde eles ficariam. Queria somente se livrar de
cada um deles, como resposta ao povo americano. O radicalismo estava camuflado
com pavor, ódio e preconceito, sentidos por toda uma nação, ignorando a
constituição norte-americana, que sempre se gabou por sua democracia”, p.120.
Um ponto que me incomodou um pouco foi o fato
de encontrar alguns capítulos um pouquinho grandes demais. Quem me acompanha,
sabe que não curto muito brochuras com capítulos extensos. Com isso, até mesmo
as várias divisões extras que encontramos no livro poderiam ser evitadas. Outro
detalhe que devo alertar é o cuidado com o tempo verbal na narração. Pode soar
estranho misturar presente e passado. Entretanto, isso não desmerece o trabalho
do autor. Li a obra muito rápido, de uma tacada só. Pretendo relê-la algum dia.
Hani Hamrita foi lançado pela Editora Chiado Europa e Brasil, faz parte da
coleção viagens na ficção. Um livro simplesmente sensacional, muito bem escrito
e construído de forma impar que poucos autores atuais conseguem fazer. “A noite estava fria no Afeganistão, e o céu,
claro e iluminado pelas estrelas e por uma lua brilhante quase perolada. Em
dois extremos, lá estava Hani, sentada na parte de fora da casa. O destino a
desafiara. E ela parecia saber até onde poderia suportar. Ainda jovem, passando
por tamanhos problemas, seu temor era saber se algo pior poderia acontecer.
Dentro de si, diante das incertezas das correntezas da vida, cultivava uma força
extraordinária alimentada por toda forma de esperança e fé”, p.153.
Design e Diagramação
A
capa do livro ficou muito linda! Não imagino outra capa que pudesse representar
melhor a história. É um dos pontos fortes, eu particularmente amo capas pretas!
O miolo foi impresso em papel pólen, agradável para a visão. As letras,
espaçamentos estão muito bem colocados. Também não encontrei nenhum erro de
revisão. Perfeitinho!
Sobre o autor
E.
Chérri Filho nasceu em São Paulo. Jornalista, roteirista e escritor, é autor de
diversos romances e do roteiro de um documentário sobre o grupo musical Mamonas
Assassinas. Trabalhou em veículos de comunicação em Washington, D. C. (Estados
Unidos) e em Trento (Itália). Atuou como roteirista junto ao apresentador
Fausto Silva e ao diretor de TV Roberto Manzoni, o “Magrão”, no SBT. Fonte:
Skoob.
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