Paes Filho, Orlando. Angus, o primeiro guerreiro/ OrlandoPaes Filho. –Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2017.Bretanha, ano de Nosso Senhor de 863. Uma invasão dos homens do norte arrasa a Ilha da Bretanha.
Cidades e monastérios são deitados ao chão. Os invasores fazem frente aos maiores reis da Bretanha, tudo se torna árido pela devastação. A morte se espalha por toda parte. Mas há um guerreiro de nome Angus MacLachlan que não parece tombar diante dos ataques daneses. Ele não se curva aos dominadores nórdicos. Parece abençoado, luminoso, assim como luminosa é sua espada a espalhar cadáveres dos invasores. Ele liberta os cativos e propõe uma nova resistência. Unifica reis. Um oponente terrível contra a invasão, que tenta destruir a Bretanha e seus reinos para sempre.
Ficha Técnica
ISBN-10: 8581638511Ano: 2017
Páginas: 368
Idioma: português
Onde Comprar? Editora Novo Conceito
Notas
Capa: 08/10
Conteúdo: 09/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 90/100
Batalha de honra
Por Paloma Viricio
Design e diagramação
Visão Geral
“O
mundo não para. Nada para a chuva ou interrompe a queda das folhas das árvores.
E a chuva me consolou, tentando me dar forças para continuar, chorando comigo,
misturando seu lamento ao meu. O mundo não para. Eu também não pararia, não
desanimaria, e enfrentaria sozinho todos os obstáculos até cumprir o meu
destino”, p.120. O céu estaria revolto até Angus conseguir rever todos os
inimigos e arrancar com as próprias mãos a cabeça de cada um, esse sim, era seu
maior troféu. A vitória em nome da justiça seria feita de qualquer forma.
Angus,o primeiro guerreiro é um romance épico escrito por Orlando Paes Filho que
busca mostrar a vivência, cultura e sociabilidade do universo Viking. Há um
mercado grande de filmes, séries, livros que englobam os admiradores desse povo
que viveu há tanto tempo, mas eu particularmente nunca tinha parado para conhecer
nada sobre essa cultura. Devo dizer, que fui surpreendida positivamente com o
que encontrei. A escrita de Orlando Paes Filho é extremamente rica. Ele
consegue fazer o leitor ser transportado para aquele universo em destaque, no
caso, dos Vikings. Gente, não é brincadeira. Parece que você está vivendo
naquela época ao ler esse livro. Isso muito me agradou. O interessante é que
tive oportunidade de assistir um documentário sobre os Vikings na mesma época
que lia o livro. Por isso, mesmo sem conhecer muito sobre essa cultura, foi
através do documentário que pude perceber que o autor descrevia perfeitamente a
vivência desse povo. Ele foi muito fiel ao falar sobre rotinas, alimentação,
vestuário, cotidiano, costumes e tantos outros detalhes.
É preciso deixar bem claro que o livro possui cenas bem fortes. Ás vezes, e por
não estar acostumada, fiquei louca com tanta carnificina, guerras e morte. As
descrições são tão realistas que chegam a ser fortes. Como disse, ponto para o
autor, porque isso faz parte da descrição extremamente realista que ele usou.
Afinal, os vikings eram um povo bem louco, sanguinário, saqueador e que matou
muitas pessoas no decorrer da sua trajetória. “(...) seus olhos se arregalaram
de medo, depois refletiram a dor do golpe que lhe dei, onde o ombro se junta ao
pescoço, e quando as Valquírias finalmente levaram sua alma, aqueles olhos
agonizantes ficaram baços, sem enxergar mais nada nesta terra”, p.39. Os mosteiros eram os mais atingidos. Os homens
que tinham a proteção de Deus, nunca poderiam imaginar que precisariam da
proteção física aqui na Terra. Então, eram presas fáceis para eles. Até isso o
autor mostrou no livro. Ele também mostrou a relação comercial que esses povos
desenvolviam, seus sistemas extraordinários de navegação e armamento.
Digo
que a leitura do livro não é das mais fáceis, ainda mais para quem não está
habituado. Confesso que os nomes difíceis e algumas cenas de guerra faziam
minha leitura ser mais lenta que o normal. Mas, nada que possa afetar
tragicamente a conclusão da obra. Gostei bastante. Fiquei feliz com os
personagens também. Acho que cada um foi construído em prol do seu objetivo.
Falando em personagem, o que mais me chamou atenção foi o conflito interno que
o Angus viveu. Em um momento da vida ele teve que reestruturar não somente o
físico, mas seus conceitos de religião e poder. Achei interessante a reflexão
que o personagem passou a ter, além da mudança que escolheu para si. Esse foi o
melhor momento do livro na minha opinião. “Era bem mais fácil lutar contra
guerreiros ensandecidos do que enfrentar o desafio de olhar para mim mesmo, de
ter de refazer os meus valores, como se tivesse agora de reconstruir não apenas
o meu físico, que aos poucos se recuperava, mas também a minha essência”,
p.130. Angus, o primeiro guerreiro é o
primeiro volume de uma trilogia medieval. O segundo volume é titulado O
guerreiro de Deus e já me desperta muita curiosidade. O autor mescla fatos
históricos da humanidade com literatura fantástica, que é um dos meus gêneros
favoritos. Aprovado! Pode ler sem medo.
Design e diagramação
A
capa é bem legal. Não poderia ser melhor, já que traz a imagem do próprio
Angus. O miolo foi impresso em papel pólen, possui letras e espaçamentos
confortáveis para a visão. O ponto forte do livro são as ilustrações que o
mesmo contém. Gente...é uma mais bem produzida que a outra. Elas dão um detalhe
todo especial para a obra, pois estimulam a imaginação do leitor, desenhando
cada ocasião na mente que toma conhecimento dos fatos da história.
Sobre o autor
Orlando Paes Filho nasceu em 1962, em São Paulo, onde vive atualmente; é formado em
História pela Faculdade Federal do Espírito Santo. Aos 16 anos, começou a
escrever Angus. Já trabalhou como publicitário, piloto de helicóptero e
representante dos personagens da Marvel no país. Fonte: skoob.
O trabalho batalha de honra de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.
Obs.: Todos os textos produzidos neste blog são da minha autoria e estão registrados. Se utilizá-los, por favor lembre-se dos créditos.
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