Que grande aventura era a vida de Edmundo, ele acordava
todos os dias às seis horas da manhã e se lembrava da vida que não teve, dos amores
possíveis e impossíveis, daquele emprego dos sonhos que ele poderia ter
conseguido se tivesse encarado o medo de falar em público, e no fim ele
continuava buscando algum sentido nos dias que se repetiam, se perguntando se
era um dia a mais ou a menos. Em meio ao caos ele pensava nas coisas que não
podia ver, no que ele não podia ter e no que não podia ser.
A vida o castigara pra valer, isso era verdade, mas
o desgraçado continuava ali. Pagava as contas, alimentava seu gato, desejava
mais dinheiro e sonhava em não precisar mais ter que desejar. Desejar era tão desgastante,
tantas pessoas desejando coisas e experiências. Carros! Motos! Uma viagem para
Paris! Diabos, para quê, afinal? Por que tanta gente queria ir para uma cidade
que não conhece por alguns dias, ver coisas que nunca mais verá, pessoas com
quem nunca mais conversará. Era tão inútil viver de coisas finitas, já não
bastava a vida dele ser assim? Memórias que só lhe fará se entristecer por não
poder mais viver naquele momento.
Persiga seus sonhos! Era o que os pais dele diziam.
Mas o Edmundo nunca teve sonhos que precisasse ser perseguidos. Ele não fez
faculdade, não queria um carro, muito menos nenhuma paixão para lhe distrair. Era
estranho para ele ver as pessoas tão realizadas por finalmente comprar o diacho
de uma casa, por que um teto fixo era tão importante para as pessoas afinal?
Por que pagar sua vida inteira por algo que provavelmente será demolido algum
dia? Pensou tanto sobre isso, até que concluiu que nunca chegaria a uma
conclusão.
A vida de Edmundo era uma grande aventura, porque no
fim ele não fazia a menor ideia de qual direção deveria tomar, e ele pouco se
importava com isso. Nunca pensou em felicidade, mas se imaginava feliz algum
dia. Sobre o que poderia ter sido era só uma forma de ele fugir das coisas que
são. Era estranho como as possibilidades são muito mais interessantes quando
elas nunca chegam a se concretizar. Talvez houvesse algum segredo nisso.
Oi, pessoal! Eu sou Jadson Lucas Ribeiro, tenho 22 anos completados em Março. Sou estudante de Artes Visuais pela UFRB. Adoro escrever desde meus 14 anos, quando comecei a escrever poesias, depois passei a me aventurar pelo mundo das crônicas, e enfim escrevi meu primeiro romance aos 17 anos, o qual só publiquei no ano seguinte com 18 anos. Minha primeira publicação, porém, foi um conto romântico, publicado numa Coletânea de contos da Editora Andross. O meu primeiro romance se chama "De Novo: dois segundos para o amor" e foi lançado em 2014 pela editora Selo Jovem.
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