Fuscaldo, Chris.Discobiografia Legionária/ Chris
Fuscaldo.- São Paulo:Leya, 2016.
Quem nunca se pegou cantarolando uma música da Legião Urbana atire a primeira pedra! Com uma multidão de fãs que permanecem fiéis mesmo tantos anos após o término da parceria, a banda liderada por Renato Russo faz parte do imaginário cultural e afetivo do país. Aos vinte anos da morte de seu vocalista, este livro faz um resgate das histórias por trás de canções como “Eduardo e Mônica”, “Pais e Filhos” e outros clássicos da Legião Urbana que permanecem vivos por gerações.
Ficha Técnica
ISBN-10: 8544104819
Ano: 2016
Páginas: 216
Idioma: português
Editora: Leya
Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 10/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 100/100
A revolução da Legião Urbana
Visão Geral
Tenho
certeza que todo bom brasileiro já ouviu ou curtiu alguma música da Legião Urbana,
isso acontecia comigo desde criança. Era sempre um ‘Pais e Filhos’ ou ‘Será’
tocando no rádio. Mas lembro como se fosse hoje o dia que escutei Legião de
verdade. Quando era adolescente costumava ouvir todas as noites um programa de rock chamado MachineHead- Rock para que gosta de Rock. Enquanto o rádio tocava, eu
apenas observava do terraço de casa o vai e vem dos carros na rodovia lá longe.
Até que no meio de muito metal e flok veio Angra dos Reis. Foi ali, naquela
noite, que parei para refletir sobre uma letra cheia de melancolia, emoção, sentimento
que nem mesmo eram meus, mas que tiveram o poder de mexer comigo estranhamente
enquanto o vento cuidava de brincar com meus cabelos. Dali em diante passei a pesquisar
sobre a banda, ver entrevistas na internet e conhecer todos os álbuns. Imagine
a surpresa ao ver que Fuscaldo havia escrito um livro inteirinho contando a história
dos músicos. Não pensei duas vezes e parti para a leitura.
Discobiografia Legionária foi um dos melhores livros que li na minha vida. A autora soube
juntar a história da banda, momentos históricos da época e personagens de forma
ímpar. É claro, tudo muito bem dividido e misturado com cada música e álbum da
Legião. Depois desse livro eu nunca mais vou escutar uma canção deles da forma
como escutava antes. Tudo que eles passaram como banda, o amadurecimento e
conflito pessoal de cada um, principalmente do Renato Russo, foram de
primordial importância para que eu agregasse ainda mais valor ao trabalho da
Legião. “Se as coisas não estão do jeito que eu quero, eu mando aumentar
guitarra, mando baixar guitarra. Mas isso você não pode fazer, principalmente
no amor. Eu nem sei direito o que é o amor. Você não pode ter uma relação de
força, de poder. Eu já sofri muito na vida por causa disso. Tanta gente já foi
embora da minha vida por causa disso. Porque eu sou mandão, sabe qual é? Com a
melhor das intenções”, p. 144. Em ler as narrações sobre as dificuldades
enfrentadas em estúdio, principalmente técnicas, fico pensando em como temos
facilidade hoje em dia com toda tecnologia disponível. Naquela época era
paulera. Além de enfrentar bloqueios de criatividade para compor as músicas, o
pessoal ainda tinha que se virar com as trapaças técnicas daquele período.
Discobiografia Legionária traz detalhes sobre os álbuns iniciais da banda como também sobre
álbuns solos e lançados após a morte de Renato Russo. Além disso, somos
presenteados com tanta coisa interessante. Por exemplo, quem diria que Faroeste
Caboclo foi música censurada para os rádios. Imagine hoje em dia como a censura da época não ficaria louca... Mas Faroeste era tão boa que derrubou a censura e quando emplacou
nas rádios foi sucesso na certa. Urbana sendo Legião e sempre derrubando barreiras.
É isso, o livro é maravilhoso, sem palavras. Uma banda que fez parte da
história do nosso país. Músicas que gritavam por igualdade, amor e justiça em
um país ainda dilacerado pela ditadura, politicagem e violência. Por isso, que
irei me declarar legionária ever. “Uma
vez, vi o Renato falando: ‘Não deixe que ninguém diga que seu sonho é
babaquice, que o que você quer não vai dar certo.’ Passei a seguir esse
discurso”, p.81.
A
capa desse livro é muito bonita. Azul é uma das minha cores preferidas para capas
de livros. O miolo é impresso em papel branco e apresenta várias imagens que
ajudam a dividir os capítulos. E o detalhe mais legal é que dentro as imagens
também são coloridas é difícil achar livro com miolo colorido. As letras e
espaçamento são confortáveis para leitura.
Sobre a autora
Fiz
mestrado em Letras. Agora, estou no doutorado do mesmo programa: Literatura,
Cultura e Contemporaneidade, da Puc-Rio. Publiquei em 2016 o livro
Discobiografia Legionária, em que conto histórias sobre as gravações dos discos
da Legião Urbana. Estou prestes a terminar uma biografia do cantor e compositor
Zé Ramalho. Em 2017, estrearei como cantora e compositora no álbum autoral
Mundo Ficção, que tomei coragem e gravei, apoiada pelo músico e produtor
argentino Juan Cardoni. Comecei a compor tarde, mais especificamente em 2014.
Antes, tinha feito apenas uma parceria com Totonho e Taís Salles que estava
engavetada. Com o que eu produzi entre 2014 e 2016, eu e Juan fizemos uma
espécie de obra de pop-rock-tango. Fonte: Site da autora.
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O trabalho A Revolução da Legião Urbana de Paloma Viricio foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Brasil.
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