Ness, Patrick. Mais do que isso/ Patrick Ness; tradução Ana Paula Doherty. _ Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2016.Um garoto se afoga, desesperado e sozinho em seus momentos finais. E morre. Então ele acorda. Nu, ferido e com muita sede, mas vivo. Como pode ser? Que lugar é este, tão estranho e deserto? Enquanto se esforça para compreender a lógica de seu pior pesadelo, o garoto ousa ter esperança. Poderia isto não ser o fim? Poderia haver mais desta vida, ou quem sabe da outra vida?
Ficha Técnica
ISBN-10: 8581637019Ano: 2017
Páginas: 432
Idioma: português
Editora: Novo Conceito
Notas
Capa: 06/10
Conteúdo: 09/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 75/100
Descobrindo mais
Por Paloma Viricio
Mais do que isso é dividido em quatro partes. Na primeira não temos noção alguma do que vai acontecer, mas a partir da segunda parte é que o negócio começa pegar fogo. É um bom livro. Eu fiquei um pouco confusa com o final. Será que terá continuação? É uma possibilidade. Enfim, uma boa obra que indico! “A vida não tem que seguir da maneira que você pensa. (...) A vida definitivamente não tinha saído como eles esperavam. (...) Não, a vida nem sempre acontece da maneira que nós imaginamos. Às vezes ela não faz nenhum sentido”, p.424.
Visão Geral
“O impacto é bem atrás de sua orelha esquerda. Fratura o crânio, rachando-o ao meio até o cérebro, a força do impacto também esmagando a terceira e a quarta vértebras, danificando a artéria cerebral e a coluna vertebral, um ferimento sem volta, sem recuperação. Sem chance”, p.13. Deu para sentir? É essa vibe o livro todo. Uma das questões que mais me chamou atenção no modo como Patrick Ness escreve é a descrição do autor. Tem algo lá no fundo que hipnotiza o leitor, que incomoda e ao mesmo tempo faz bem. É algo inexplicável. Foi o que aconteceu comigo. Quando comecei ler o livro não conseguia parar. Era uma página chamando a outra. Um fato buscando outro e com isso quase perdi a noite de sono.
Foi um prazer ler algo do autor. E fiquei curiosa para conhecer também Sete minutos depois da meia-noite. Mas enfim... Mais do que isso é um livro muito bom. Simplesmente não tenho palavras para descrever. Essa distopia é mais uma que entrou para a minha lista das Tops. Esse gênero aliás, é um dos meus favoritos. Não me lembro de ter lido um livro distopico e não ter gostado. Gosto de teorias, sugestões sobre futuros com realidades paralelas a que vivemos hoje. Adorei o mundo criado por Ness. Interessante e porque não aconteceria na vida real? Não é algo impossível. Além de distopia, o livro também está classificado como ficção científica, suspense, outros dois gêneros queridinhos. Então, como vou dizer que não gostei? Impossível, amor. Patrick me pegou de jeitinho! “A solidão nessa exaustão contínua, a solidão terrível deste lugar o engole, assim como as ondas na qual se afogara. Ninguém aqui. Ninguém além dele. Ninguém. Para sempre”, p.134.
Sobre as personagens tenho que dizer que o mestre construiu as melhores. É tão bom ver tramas com pessoas únicas ali. Sabe, cada um tem o seu jeito, seu estilo, suas manias. Seth é o principal dessa bagaça toda. E o que foi aquele começo de livro? Jesus! Eu sentia cada minuto de agonia que esse rapaz passou. Ele é um cara que no começo mostra-se bastante inseguro, mas depois, alguém forte, determinado. Ah...como gosto de ver evolução dos personagens. Achei Regine muito parecida comigo. Sabe, aquela mulher locona que fala tudo na lata? É ela! Nossa...passou por poucas e boas também tadinha. Vemos que todos temos nossas fragilidades. Apenas devemos aprender a lidar com elas. O Tomasz, foi um personagem que me conquistou muito. Ele é uma criança, daí tem toda aquela coisa de querer ser protegido, mas o bichinho é guerreiro também. Sofreu tanto...acho que dos três a história dele foi a que mais me comoveu. Deu vontade de pegar Tommy no colinho. Tem outros personagens secundários, mas acho que não vale falar sobre eles aqui porque não me chamaram muita atenção, foram mais para compor a trama mesmo.
Design e diagramação
A capa é bem simples. Eu gostei, mas não é uma das melhores capas que já vi. Enfim, acho que essa capa abstrata relata muito da trama que também é bastante abstrata. Como já disse em resenhas anteriores, gosto muito de capas que tenha combinação de preto e amarelo. Até agora estou pensando qual a relação dessa porta com tudo o que li. O miolo é impresso em papel pólen. Os capítulos são bem divididos. A letra e o espaçamento são agradáveis para a leitura. Apenas em alguns capítulos que relatam memórias do Seth que a fonte muda, o tamanho diminui e fica um pouco desconfortável, mas acredito que isso foi feita para dar uma diferencial mesmo.
Sobre o autor
É o autor best-seller da trilogia Chaos Walking e de A Monster Calls. Aclamado pela crítica, já recebeu diversos prêmios como escritor de ficção para crianças, incluindo duas medalhas Carnegie, no Reino Unido. Já foi colunista do Sunday Telegraph e hoje é crítico literário no The Guardian. Patrick nasceu na Virgínia, nos Estados Unidos, e vive em Londres. Fonte: Editora Novo Conceito.
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