[RESENHA] - THELMA E LOUISE - MOVIE

By Paloma Viricio - julho 15, 2017

Louise Sawyer (Susan Sarandon) é uma garçonete quarentona e Thelma (Geena Davis) é uma jovem dona-de-casa. Cansadas da vida monótona que levam, as amigas resolvem deixar tudo para trás e pegar a estrada. Durante a viagem, elas se envolvem em um crime e decidem fugir para o México, mas acabam sendo perseguidas pela polícia americana.


Liberdade Feminina
Por Paloma Viricio

Um filme que ultrapassa gerações

Thelma e Louise é um filme lançado há 26 anos que reflete questões importantíssimas ainda discutidas até os dias de hoje. A comédia dramática é recheada por diálogos inteligentes, devo ressaltar, bem além do tempo em que o filme foi lançado. O que já o torna genial. E as palavras dessa mera telespectadora são confirmadas pelos prêmios que a película conseguiu alcançar. Thelma e Louise ganhou o Oscar de 1992 como Melhor Roteiro Original e o Globo de Ouro do mesmo ano para o Melhor Roteiro. Além disso, teve várias indicações para o Oscar, Globo de Ouro e Bafta para concorrer nas categorias de Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Direção de Fotografia e outras. Se o filme mexeu comigo em 2017, imagino como não abalou a crítica e as pessoas da época.


Na estrada com Thelma e Louise


Acredito que muitas mulheres não somente queriam viver Thelma e Louise, como queriam toda aquela liberdade que elas conseguiram alcançar. Entretanto, toda a liberdade tem um preço. Essas duas mulheres não tiveram medo de arriscar. Por falar em aventuras, como era sensacional os lugares por onde elas passavam, estradas de Los Angeles e Utah. O filme foi gravado em locação, em 54 locais diferentes e filmagens com 64 dias de duração. Mesmo para um filme antigo a fotografia é sensacional. Além disso, a trilha sonora combina perfeitamente com cada detalhe da trama.

Duas mulheres além do tempo


Thelma e Louise são personagens sensacionais. As duas foram um marco para o feminismo dos anos 90 e representaram a classe com maestria. Fica muito claro como as mulheres ainda eram sufocadas naquela época. O filme trata sobre abuso sexual, opressão no lar, violência contra a mulher e outros temas. Interessante lembrar que no início do filme Louise era a imagem feminina que mais se destacava (Gente a dubladora dela era a mesma da Paola Bracho-Risos- Imagine o empoderamento). Ela simplesmente passava aquele batom vermelho marcante e soltava quantos palavrões quisesse ao safado mais próximo que lhe cruzasse a esquina. Já a Thelma era a típica mulher deveras reprimida, controlada pelo marido. Ela ao longo da trama foi se descobrindo, se libertando daquela caixinha de marionete e passando a viver de verdade. Tanto que quando Louise pensava em desanimar depois, era Thelma que fazia com que toda a jornada continuasse. Susan Sarandon é uma atriz maravilhosa. Meu Deus! essa mulher nunca envelhece? Ela é perfeita. E o Brad Pitt nesse filme... maior carinha de dezesseis. Muito engraçado, mas outro cafajeste sem vergonha na vida das duas. Devo dizer que os homens desse filme são extremamente nojentos. Eles tratam as mulheres como objetos sexuais, máquinas de fazer comida e limpar casa. Será que é pecado quer cair fora disso? Tão ridículo pensar que o filme sofreu críticas duras em 1991 e mais difícil ainda é saber que ainda há pessoas que continuam pensando daquele jeito. 


Um final surpreendente



O final é chocante. Na situação que se encontravam eu não achava que poderia ser diferente. O mais sensacional nisso tudo é que a amizade dessas mulheres era algo inabalável. Tudo que estavam passando começou para que uma defendesse a outra. E não tinha nada de punhaladas pelas costas. Essa amizade era forte que nem um cavalo selvagem em um campo aberto. Elas divaram o filme inteiro. O cabelo meio desarrumado, batom vermelho, arma de fogo, sexo e seguir na estrada à 100 por hora. Thelma e Louise eram uma espécie de Bonnie e Clyde femininos, se é que isso pode existir. Um filme maravilhoso. São 2h e 09 min que passam em um piscar de olhos. Duas personagens fortes que superaram suas dores, traumas pessoais para serem apenas elas mesmas. Bastava mirar o olhar das duas para entender o que era felicidade.


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