George R.R. Martin é um dos maiores fãs da literatura de Robin Hobb, que, no mundo todo, é uma das mais celebradas e cultuadas autoras contemporâneas de literatura fantástica. Em a “Saga do Assassino”, Robin Hobb retorna, numa nova trilogia, “Os Mercadores de Navios-Vivos”, ao universo ficcional conhecido como o Reino dos Antigos. Nesse primeiro volume, O Navio Arcano, Robb faz referências a clássicos como Moby Dick e Mestre dos mares para conduzir o leitor por uma aventura marítima repleta de magia, contando a história de um orgulhoso grupo de famílias que navega por mares bravios repletos de piratas e serpentes, a bordo do seu protagonista: os seus navios-vivos – embarcações raríssimas e mágicas feitas de madeira-arcana, capazes de adquirir vida própria. Com personagens muito bem caracterizados, tanto física quanto psicologicamente, Robin Hobb tece uma trama envolvente e complexa, que seduz o leitor a cada página.
Mary del Priore dá continuidade à saborosa série “Histórias da Gente Brasileira”, em que, pela simplicidade da vida cotidiana, busca a resposta para como nos tornamos quem somos hoje. No terceiro volume, a historiadora aborda a primeira etapa de nossa República por meio das memórias daqueles que viveram todas as mudanças políticas, econômicas, sociais e comportamentais pelas quais o Brasil passou durante o intenso período compreendido entre os anos de 1889 e 1950. De Deodoro da Fonseca a Eurico Gaspar Dutra, passando pela Era Vargas, o país teve 16 presidentes, mas o que guia a narrativa são as vozes, carregadas dos mais diversos sotaques, de quem viveu o dia a dia das ruas e o transformou em palavra escrita. Entre eles estão memorialistas/escritores que deixaram marcas definitivas na cultura nacional, como José Lins do Rego, Zélia Gattai e Erico Verissimo, cujas descrições nos convidam a percorrer o passado e aproximam a literatura da história – e toda história que esses autores contam é também a nossa.
Duas personagens femininas, dois momentos de um país. Ambientado em Angola durante a guerra civil e no pós-guerra, Se o Passado Não Tivesse Asas, novo romance de Pepetela, conjuga as trajetórias de Himba, menina que, sozinha no mundo, tenta sobreviver em meio ao conflito, e de Sofia, que deseja uma vida melhor em tempos de crescimento econômico – porém ainda marcados pela desigualdade social e a violência. São narrativas que se combinam e completam, somando-se à experiência pessoal do escritor, ex-guerrilheiro do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Trata-se de um mergulho nas últimas duas décadas de história do país africano e, sobretudo, uma reflexão sobre a fragilidade do ser humano e suas mais aterradoras contradições – sempre pelo olhar e a sensibilidade de um dos maiores nomes da literatura em língua portuguesa atual, vencedor do Prêmio Camões e autor de obras como Mayombe e A Geração da Utopia.
Numa época em que a questão das desigualdades racial e social estão, mais do que nunca, no centro de cena – dos grandes veículos de comunicação aos comentários nas redes sociais e até mesmo nas conversas das mesas de bar, onde todos parecem ter uma ideia muito bem definida do que é capaz de construir um país ideal –, o sociólogo Jessé Souza escancara o pacto dos donos do poder para perpetuar uma sociedade cruel forjada na escravidão. Esse é o pilar de sustentação de nossa elite, A Elite do Atraso. Depois da polêmica aberta pela obra A Tolice da Inteligência Brasileira e da contundência exposta em A Radiografia do Golpe, o autor apresenta obra surpreendente, forte, inovadora e crítica na essência, com um texto aguerrido e acessível. A Elite do Atraso é um livro para ser apoiado, debatido ou questionado – mas será impossível reagir de maneira indiferente à leitura contundente de Jessé Souza a ideias difundidas na academia e na mídia.
E ai o que achou? Qual desses leria?
Me conte tudo!
Beijos, Beijos!
6 comments