Shusterman,Neal. Desintegrados / Neal Shusterman; tradução Camila Fernandes. - Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora 2017.
Fragmentação tornou-se um grande negócio com poderosos interesses políticos e corporativos em jogo. O governo não quer apenas continuar com ela, como também expandi-la. Cam foi feito inteiramente com as melhores partes de fragmentados e, tecnicamente, ele é um garoto que não existe. Um verdadeiro Frankstein do futuro, que luta para encontrar sua identidade e se questiona se um ser como ele pode ter alma. Quando as ações de um sádico caçador de recompensas ameaçam a causa de Connor, Lev e Risa, o destino de um deles é ligado ao de Cam. A aguardada sequência de Fragmentados desafia a suposição de onde começa e termina a vida e o que realmente significa viver.
ISBN-10: 8581638104
Ano: 2017
Páginas: 416
Idioma: português
Editora: Novo Conceito
Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 10/10
Diagramação: 09/10
Conceito Geral: 95/100
Desintegração
Por Paloma Viricio
Por Paloma Viricio
Visão Geral
“A
triste verdade sobre a espécie humana,a garota percebeu depressa, é que as pessoas
acreditam no que ouvem.Talvez não da primeira vez, mas, na centésima vez, a
mais maluca das idéias simplesmente se torna fato”, p.89. Havia desconfiança de
que um dia a raça humana iria se auto destruir. A ganância, egocentrismo em expansão
não deixava dúvidas sobre isso. Os problemáticos, excluídos socialmente ou
abandonados não mereciam um lugar digno na sociedade. Eles apenas serviam para
concertar peças quebradas daqueles que se encaixavam no padrão. Os rejeitados eram um prato cheio para serem fragmentados.
Desintegrados
é segundo livro de Neal Shusterman que
leio. Estava deveras ansiosa para a continuação de Fragmentados e não via a
hora de ter esse livro em mãos. Fiquei
muito feliz em ver que a escrita do autor não mudou, foi aprimorada e tornou-se
muito mais ácida. A crueldade com que Neal usa as palavras, cria personagens e
situações é que faz todo diferencial. Mesmo sendo um livro de ficção, ele não
economiza quando o assunto é fazer com que as cenas fiquem mais próximas
possíveis da realidade. “A forma como o olham. Aquelas expressões amedrontadas
e suplicantes, sempre esperançosas até o último segundo, como se talvez ele
fosse mudar de idéia. Esses olhos o atormentam em sonhos. São as janelas da
alma, não são? Mas, naqueles primeiros tempos como pirata de órgãos, quando ele
via os próprios olhos no espelho, não enxergava neles o que via nos olhos dos
outros”, p.123.
Em
Desintegrados a personagem que mais mexeu comigo foi Cam. Eu não sei, mas me
identifiquei bastante com ele. Sabe quando só o que queremos é amar e ser
amado, mas isso não é possível porque a sociedade te julga pela aparência?
Então... complicado. Acredito que as pessoas foram muito cruéis com ele, estou
louca para saber da evolução dessa personagem no livro seguinte. Miracolina é
outra personagem nova que merece destaque. Ela é tão louca e pirracenta. Jesus,
alguém dá um jeito nessa menina? Tinha horas que pensavam em ir lá e puxar ela
pelo cabelo. Orgulhosa... Os cegonhas deram muito pano para manga. Gente...
alguém avisa para aquele povo parar de ser burro? (Risos) Neal, com certeza
apimentou bastante esse segundo livro. “De repente, Risa se vê irrompendo em
lágrimas e jogando-se nos braços dele, sem nem saber o por quê. Ela quer
rasgá-lo em pedaços, mas também quer desesperadamente que ele a conforte. Quer
destruir tudo o que ele representa, mas também quer chorar em seu ombro, pois
não tem outro ombro no qual chorar”, p.299.
Desintegrados é aquele livro que você lê, chora porque terminou e deseja ler novamente. O
autor segui a mesma linha do livro anterior. Gostei de rever personagens
antigos e conhecer novos. Todos muito bem construídos, assim como cada cena é
pensada e encaixada. Aos poucos vamos descobrindo os podres por trás da
fragmentação. Ainda se tem muita coisa por vir. Só fiquei triste com o final do
livro. Isso porque me deixou demasiadamente ansiosa para a continuação. Por
isso, terei que roer dedos até essa chegar. Um livro maravilhoso, redondinho daqueles que
dá vontade de manter na cabeceira disputando lugar com outros favoritos. “Como
é possível julgar o brilho de uma luz quando você é a fonte dela? Um farol não
é capaz de enxergar as sombras que projeta. Tudo o que ele consegue fazer é
seguir o fluxo e assumir seu lugar como algum tipo de símbolo espiritual”,
p.199.
Design e diagramação
A
capa é bem legal e segue a linha do primeiro livro. O miolo é impresso em papel
pólen, com letras e espaçamentos confortáveis para a leitura. A diagramação
interna também segue a mesma linha do livro anterior.
Sobre o autor
Já escreveu mais de 30 livros premiados para jovens e adultos, incluindo Full Tilt, a Trilogia Skinkacker, Unwholly, Bruiser e The Schwa Was Here, que recebeu o Boston Globe-Horn Award como melhor livro de ficção. Ele também escreve roteiros para o cinema e a televisão, como Animorphs e Goosebumps. Pai de quatro filhos, Neal vive no sul da Califórnia. Saiba mais sobre o autor em storyman.com . Fonte: Editora Novo Conceito.
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