Reid, Louisa. Mentiras como o amor/ Louisa Reid; tradução
Ivar Panazollo Junior- Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2017.
Audrey sabe que sua mãe está certa quando tenta salvá-la de si mesma. Ela sabe que tem sido injusta, por isso precisa, por seu irmão mais novo e por sua mãe, seguir em frente. Audrey tenta manter todos felizes. Juntos, eles estão em busca de dias melhores.A mãe de Audrey, à sua maneira, tenta ajudar a filha a controlar a doença para que ela possa encontrar um recomeço seguro. Então Audrey conhece Leo, mas ele torna a vida dela realmente complicada, pois essa amizade faz com que ela deseje ousar ser ela mesma, enfrentar a vida. Agora, Audrey precisará decidir: cuidar de sua família especialmente de seu irmão ou continuar sonhando com a vida que tanto deseja? Mentiras Como o Amor é deslumbrante e de partir o coração. É o novo romance de Louisa Reid, a autora aclamada de Corações Feridos.
Ficha Técnica
ISBN-10: 8581637000
Ano: 2017
Páginas: 473
Idioma: português
Editora: Novo Conceito
Notas
Capa: 10/10
Conteúdo: 09/10
Diagramação: 10/10
Conceito Geral: 95/100
Mentiras que envolvem
Por Paloma Viricio
Por Paloma Viricio
Visão Geral
“Fazia
muito tempo que as mentiras eram mais seguras do que a verdade, como cavernas
para se esconder quando havia uma tempestade a caminho e um nevoeiro encobrindo
o pântano. A mentira sempre foi o local em que estávamos seguros”, p. 395 A
vida de Audrey era incerta, repleta de mistérios e indagações. A jovem não
reconhecia nem a si mesma. Ela parecia ser alguém construído, manipulado por outro
ser, independente, mas que a fazia se sentir como um fantoche de vidro.
Mentiras como o amor é uma obra bastante instigante, repleta de reviravoltas, além de
acontecimentos inesperados. É aquele tipo de leitura que incomoda, mas que você
não quer deixar de ler, pois acaba se envolvendo aos fatos e personagens. Essa
é uma característica bastante interessante que engloba o modo de escrita de
Louisa Reid. Eu simplesmente amo essa autora porque ela é sensacional. Não sei
explicar, mas ela escreve de uma forma completamente hipnotizante. O primeiro
livro que li dela foi Corações Feridos. Mentiras como o amor é a segunda
brochura que tenho o prazer em desvendar e não me arrependi em nenhum momento.
Gostei
tanto do primeiro livro que estava louca para ler esse. O que os dois têm em
comum? Bom, além da autora magnífica que os criou, eles englobam temas fortes,
envolvendo relações familiares e que de alguma forma não são facilmente
encontrados por ai. Talvez seja esse um dos segredos da autora, ela sai do
banal e nos leva para outro universo, completamente interessante, novo.
Mentiras como o Amor nos faz refletir sobre as relações entre pais e filhos. Ás vezes
aquilo que julgamos ser bom para nós não é para o outro. Isso faz com que o
instinto de proteção corra para uma direção doentia, perversa. A trama mostra
como o amor, descontrolado pode se tornar doença, destruir, manipular e
desestruturar uma família inteira. Foi uma experiência nova pra mim, bastante enriquecedora.
“Minha mãe era a lua. Minguante e crescente. Às vezes ela explodia, brilhando e
cheia. Outras vezes era delgada e cruel , cortante como uma faca. E eu só podia
me mover quando ela permitia, meu corpo como a maré, ainda preso às cordas que ela
manipulava. Eu consegui me libertar por hora, mas logo voltaria para perto
dela; ela me chamaria, daquela maneira que apenas ela poderia me chamar”,
p.125.
Audrey
é uma protagonista do senso comum. Digo isso porque ela é simplesmente ela,
doente, desanimada e um pouco deslocada da realidade. Ela é uma menina sem
nenhum controle de si mesma, mas que começa a sentir o gostinho de liberdade
quando se muda para o rancho e conhece Leo. Sabe, somos como passarinhos... só
sentir o vento bater no rosto uma vez que sempre iremos desejar levantar vôo.
“Desci as escadas e enfileirei meus comprimidos no balcão. Um para que eu não
me sentisse deprimida. Um para que eu parasse de sentir enjoo. Um para que eu
dormisse o dia inteiro. Um para me impedir de abrir cortes nos braços, pernas e
coxas. Havia comprimidos para tudo. Para tudo, exceto um comprimido para que eu
pudesse ser livre”, p. 145.
Leo
é um menino sensacional. Gostei tanto dele que o pegaria no colo. Ele é uma
pessoa mente aberta, super atencioso, dono de si e que precisou se perder para
que achasse o caminho certo. O livro trata a todo instante dessa questão, de
como as personagens precisam lutar pela busca do próprio eu. Um rapaz deveras
talentoso que se mostra bastante prestativo para Audrey. Há uns personagens
secundários que fazem parte da família do jovem, mas que não tiveram tanto
impacto assim na trama, na minha opinião, apenas complemento.
Agora...a
mãe da Audrey. Segura... pião. Essa mulher me causou um asco demasiado.
Completamente louca, inconsequente. Ela falava tanto absurdo que dava vontade
de me enfiar no meio daquelas páginas e dá uma chuva de tapas na cara dessa
megera. Foi difícil engolir essa mulher, mas sobrevivi. A antagonista mais
doente que já vi na minha vida.
Os
capítulos são narrados de duas formas: Alguns por Audrey e outros por Leo. O
que achei interessante é que os narrados pela protagonista são apresentados em
primeira pessoa e os pelo rapaz são narrados em terceira como se mostrasse um
ponto de vista de fora da situação que a jovem enfrentava e que era o foco da
trama.
Bom,
adorei o livro! O único ponto negativo que encontrei foi o fato de achar o
final bem corrido. Acredito que a autora poderia ter encurtado algum acontecimento
e deixado um final mais espaçoso. Foi tanta coisa acontecendo que nem dava
tempo de respirar. Mas eu curti. Gostei bastante dessa obra. “O rosto dela era
uma distração, os olhos cheios de sombras, azuis, cinzentas e verdes. Eram como
a água. O fundo do mar. Ele queria tirar aqueles óculos, olhar diretamente neles.
Observá-los pelo resto do dia e compreendê-la. Uma equação complicada. Mas parecida com um soneto”, p. 75.
Design e diagramação
Apesar
de imaginar uma Audrey diferente da menina da capa, gostei bastante da
composição que esta se apresenta. A tonalidade verde, misturada ao branco e
vermelho ficou bem favorável. O miolo é impresso em papel pólen, letras e
espaçamentos se apresentam de forma confortável para a leitura.
Sobre a autora
Louisa
Reid formou-se em Inglês pela Hertford College, em Oxford. Além de escritora, é
também professora em Cambridge. Casada, e com duas filhas, ainda assim costuma
acordar e dormir pensando em livros. Fonte: Skoob.
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