Júlia tem tudo o que muitos gostariam de possuir: um apartamento grande, um ensino de alta qualidade e, sobretudo, o carinho e a proteção de seus pais. Porém, Júlia carrega consigo uma profecia desde o seu nascimento, o que a faz constantemente ficar diante da morte. Lumumba, um velho africano, é o único capaz de quebrar essa profecia. Entretanto, por descuido dos pais de Júlia, essa profecia transformará a vida de todos ao redor da garota em um verdadeiro pesadelo. Que mistério é esse que faz de Júlia uma pessoa tão diferente das outras? Por que a morte a atrai tanto? E por que o amor de seus pais não é o suficiente para ela? Esses e outros enigmas serão encontrados durante toda a história em “Não Quero Nascer – Um pacto que transcende a vida”.
Classificação: Ficha Técnica
ISBN-10: 8566701917
Ano: 2017
Páginas: 188
Idioma: português
Editora: Selo Jovem
Notas
Capa: 07/10
Conteúdo: 08/10
Diagramação: 04/10
Conceito Geral: 75/100
Só há vida através do amor
Por Paloma Viricio
Visão Geral
“Quando
nós amamos alguém, não devemos esperar nada em troca, apenas temos que agir de
acordo com nossa consciência, amar sem exigir do outro a mesma intensidade de
nosso sentimento”, p.174. O amor é um sentimento tão forte que pode transformar
pessoas. Disso a maioria de nós possui convicção. Mas , quando esse sentimento
não consegue alojar o coração de alguns, a vida pode ser apenas mais um
episódio de tédio coletivo.
Não
quero Nascer é uma obra sensacional porque te enriquece de diversas formas. O
livro possui forte engajamento em questão de sentimentos, espiritualidade e
família. Apesar de tratar de sentimentos delicados, como questão de evolução do
espírito, não é necessariamente voltado para nenhuma religião especifica. É
possível aprender com as personagens que o mundo físico que vivemos é parte de
algo muito maior. É interessante refletir sobre o tempo que dispomos aqui e
como muitas vezes é desperdiçado sem êxito de aproveitamento.
Júlia
é a personagem principal. Podemos acompanhá-la desde o início da gestação da
mãe até a idade adulta. Após terminar a leitura, algumas questões ficaram mais
claras para mim, mas durante a mesma, Júlia não era uma personagem muito
agradável. Pelo contrário... me atrevo a dizer que Alegra Te Vittone criou em
Júlia uma protagonista antagonista de si mesmo. A personagem é extremamente
arrogante , prepotente e orgulhosa. Diversas vezes fiquei com raiva de Júlia,
principalmente pelo modo como tratava os próprios pais. “Júlia cansou-se de procurar pelos outros e
resolveu recostar-se em uma enorme árvore. A jovem pegou sua mochila e dela
tirou o celular com intuito de ligar para alguém do grupo, mas desistiu quando
viu que o aparelho acusava estar fora da área de cobertura. Júlia respirou
fundo, pensando em algo que a tirasse dali, e abraçou a árvore como uma forma
de lhe dar forças”, p.82.
Lumumba,
apesar de ter aparecido pouco, foi alguém que muito me agradou. Através do seu
jeito misterioso, peculiar, me atraiu bastante interesse. Assim como os pais da
Júlia. Maurício e Sara são muito agradáveis, são aquela espécie de pais nota
dez. Por isso, quando Júlia cismava de ‘sacanear’ eles eu ficava muito
revoltada. O mesmo acontecia com o namorado, Décio. Coitado... parecia um banana (Quase Paola Bracho e Carlos Daniel) na mão da malvada da Júlia. Tudo isso porque a jovem era uma pessoa
incapacitada de amar.
Os
nomes Abeni, Abasi, Eze, Iroko, me deixaram um pouco confusa porque até se
acostumar fiquei tendo que reler trechos para gravar quem era quem. Além desse
ponto negativo e falhas na revisão, posso dizer que as mudanças de tempo das
ações dos personagens não ficaram muito claras. Ás vezes de uma cena pulava
para outra sem ao mesmo haver uma explicação e isso me incomodou demais porque
me sentia deslocada na leitura. Algo tão simples...que poderia ter sido
resolvido com alguns asterísco ou linhas de separação entre um tempo da
trama e outro, já que o enredo fazia parte do mesmo capítulo.
Em
suma, a escrita de Alegra Te Vittone é contagiante. Fora os empecilhos que
citei acima, a autora sou me conquistar com a trama de Júlia. Os capítulos com
títulos são um ponto forte do livro, já que são bem criativos e nos ajudam a se
situar durante cena e sequela. Uma obra escrita de forma espetacular que
precisava apenas de uma revisão urgente e uma segunda edição feita com mais
capricho por parte da editora. “Durante a madrugada quando todos dormiam no
apartamento, Júlia levantou-se de sua cama e se dirigiu para a janela para
tomar um ar fresco. Seu rosto suado a fez despertar durante a noite pensando no
que ocorrera a ela durante o passeio. A imagem daquela imensa floresta tomara
posse completamente de seus pensamentos e seu desejo, mesmo que inconsciente,
era de retornar àquele lugar”, p.89.
Design e diagramação
A
capa do livro ficou bem legal. Gosto muito de cores azuis e verdes...acho que
já falei isso por aqui. Só que infelizmente o trabalho da Selo Jovem deixou a
desejar. A obra poderia ter sido finalizada de forma muito melhor. Isso não tem
nada que ver com a escrita da autora, mas com a diagramação mal feita da
editora. Eu já vi outros livros deles com os mesmos problemas. O material usado
para a capa poderia ter sido de qualidade superior. As letras, espaçamentos
mais confortáveis... enfim, eles deixam a desejar.
Sobre a autora
Alegra
Te Vittone, pseudônimo de Alessandra da Silva dos Santos, é natural da cidade
do Rio de Janeiro. Graduada Bacharel em Produção Cultural, atriz, compositora e
escritora. Publicou onze poemas de sua autoria em uma coletânea de poesias de
diversos autores, no ano de 2016, porém não se considera uma poetisa em
potencial. “Não Quero Nascer – Um Pacto Que Transcende A Vida” é o seu primeiro
romance sólido, nascido de uma experiência espiritual vivenciada pela autora,
que passou a sentir o desejo em escrever um livro, tendo, antes deste, criado
outros dois romances inacabados, mas que serviram como treino para sua escrita.
É admiradora de romances espiritualistas e de fantasias. Fonte: Skoob.
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