[Resenha] Quando as Estrelas Caem- Meagan Spooner - Amie Kaufman
By Paloma Viricio - novembro 12, 2018
Kaufman, Amie. Quando as estrelas caem/ Amie Kaufman e Meagan Spooner; tradução Ana Death Duarte – Ribeirão Preto, SP: Novo Conceito Editora, 2018. Tarver só tem 18 anos, mas já ocupa o posto de Major e foi condecorado como herói. Lilac é mimada e arrogante, e acha que o mundo existe somente para servi-la. A menina mais rica da galáxia e o guerreiro misterioso. Perdidos em um planeta abandonado, os únicos sobreviventes de um desastre que matou milhares de pessoas sabem que precisam aprender a conviver e não estão certos de que conseguirão voltar para casa um dia. Juntos, eles enfrentam aparições, vozes fantasmagóricas, coisas que desaparecem e a presença cada vez mais próxima da força desconhecida que ejetou do espaço a nave Icarus.
Criando um vínculo que supera o clichê os opostos se atraem , Lilac e Tarver provam que a coragem e a lealdade podem ser muito maiores que o instinto de sobrevivência. Personagens que, de tão imperfeitos, nos fazem torcer por eles.
Suspense arrebatador, amadurecimento e um desfecho eletrizante daquelas fantasias que nos cativam e fazem querer compartilhar a história com todo mundo... Quando as estrelas caem é apaixonante.
Por Paloma Viricio
O homem desvenda o espaço
“Na escuridão crescente, eu quase posso sentir que estamos confortáveis um com o outro, como se ele gostasse da minha companhia, em vez de meramente a tolerar, como se estivesse se voluntariando a contar essas histórias porque quer me fazer rir, e não apenas para que eu continue seguindo em frente”.
Lilac e Tarver nunca imaginariam que suas vidas poderiam ser entrelaçadas como foram. Cada um vivia em caminho completamente diferente que por acaso, ou destino, se tornou um só. Na vastidão do universo a imponente Icarus flutuava levando milhares de pessoas inocentes que tiveram as vidas ceifadas por um grande desastre. Menos LiLac. Menos Tarver. Um Major e a filha rica do homem mais poderoso da galáxia. Em meio derradeira catástrofe os dois precisaram lidar com a vastidão e o desconhecido do universo.
Um lançamento aguardado por tempos
Acredito que Quando as Estrelas Caem era um livro demasiadamente esperado por diversas pessoas. Eu, aguardava ansiosa também, por isso fiquei muito feliz ao ter o livro em mãos para conferir trama tão falada. Apesar de ver diversas pessoas comentando bastante sobre o livro, procurei não ler muitas resenhas nem assistir vídeos relacionados porque precisava me manter neutra para formar opinião própria.
Quando as Estrelas Caem é parte da trilogia Starbound
Quando as Estrelas Caem é o primeiro livro de uma trilogia. Achei interessante saber disso porque apesar de se complementarem cada livro posterior, embala a trama de um casal diferente. Confesso que fiquei ainda mais curiosa para saber o que virá por ai, mas ainda não temos previsão de lançamento das continuações. Sem criar alvoroço e ansiedade porque isso faz mal ao coração (Risos) é preciso analisar essa obra primeiro e o que ela nos ofereceu.
“Eu me viro para ficar com as costas no chão e me deparo com ela bloqueando a visão de estrelas que não me são familiares, parada acima de mim, como um fantasma na noite. Algo deve ter feito com que ela tivesse se prontificado a vir fica ao meu lado da fogueira, pois ela ainda está insistindo na distância entre nós, e estico a mão, em direção à minha Gleidel, enquanto ergo o olhar, piscando para ela”.
Drama e Ficção científica com um toque de distopia
Gostei muito da trama. Achei criativa, bem escrita e costurada por um modo de escrever que produz leitura fluída. O livro é classificado como drama, mas diria que pode se encaixar como distopia ou obra de ficção científica, se não for muita pretensão da minha parte, claro. Até porque a ambientação e a realidade que nossas personagens vivem é bem diferente da que vivemos. Por isso, digo que as autora tiveram uma ótima sacada em pensar no enredo, cenários e etc.
Inicialmente, Quando as Estrelas Caem, é um livro que promove mistério e não libera muita informação do que podemos encontrar com o romance. Mas, acredito que seja assim mesmo por ser uma obra introdutória. Entretanto, o final ficou bem claro e gostei do desfecho. Ao iniciar a brochura nunca imaginaria que as trama iria tomar o caminho que tomou e acabar como o fez. Mas, isso foi um dos pontos positivos porque gosto de enredos interessantes e surpreendentes.
“É noite lá fora, mas aqui é como se eu estivesse sob a luz do sol. O ar nunca teve um aroma tão doce, o céu nunca pareceu tão cheio de estrelas. As nuvens se dispersam e a lua-espelho lança o seu brilho, banhando o mundo com sua pálida luminescência azul. Caio de joelhos, como se pudesse apagar as lembranças do que me espera dentro da nave com bastante oxigênio fresco. Não consigo voltar para lá. Como poderia? Eu não consigo. Aquilo é um túmulo”.
Personagens que despertam curiosidade
Além do casal Lilac e Tarver, as outras personagens são mostradas de forma bem vaga. As autoras citam pessoas relacionadas com os dois, mas não se aprofunda nessas personagens. Com o passar do livro é que vamos conhecendo melhor cada uma das personagens principais e os mistérios que o planeta novo que estão habitando desperta. Lilac é uma personagem prepotente, imatura, até mesmo irritante inicialmente, mas que vai se moldando e amadurecendo diante das situações que se apresentam. O interessante é que Tarver, sendo totalmente diferente dela, também aprende a lidar e respeitar as diferenças. É quando começam trabalhar em equipe que as coisas ficam boas porque eles vão desenvolvendo uma espécie de laço que acolhe o leitor.
Perspectivas positivas
Apesar do início um pouco lento, gostei bastante do livro. As autoras fizeram um bom trabalho. Mesmo gostando muito do casal, acredito que provavelmente não irei encontrá-lo nos futuros livros da trilogia, quero muito ler os livros e tentar descobrir mais sobre a formação dos novos planetas e o rumo que a relação do homem no espaço pode causar. Além das consequências da ganância humana. Acredito que ainda tenha muito babado para ser revelado por ai.
Design e diagramação
A capa é sensacional. Bem bonita e acredito que chame bastante atenção de quem veja logo de cara. Há pessoas que não gostam de capas com pessoas eu já não tenho esse problema. Mas os indivíduos da capa são bem parecidos com a descrição das personagens. Os capítulos são corretamente divididos. Há capítulos grandes e outros mais curtos, mas nada que me incomodou. Achei que foi bem dosado. Aliás, a fonte e espaçamento estão bem agradáveis e o miolo foi impresso em papel pólen.
Sobre as autoras
Amie Kaufman e Meagan Spooner são amigas de longa data e já dividiram o quarto de hotel em algumas viagens pelo mundo (por enquanto não viajaram pela galáxia), percorrendo os continentes que as separam. Elas têm certeza de que conhecer o espaço sideral é questão de tempo. Meagan, que é autora da trilogia Skylark, mora nos arredores de Washington, nos Estados Unidos, enquanto Amie vive em Melbourne, na Austrália. Embora distantes uma da outra, elas estão unidas pelo amor às viagens de carro. Ambas também adoram Space Opera, um subgênero da ficção científica que contém aventuras românticas, cenários exóticos e personagens fantásticos. Fonte: Editora Novo Conceito.
11 comments