[ENTREVISTA] FRANCISCO PAIVA DE CARVALHO

By Paloma Viricio - janeiro 14, 2020




A entrevista de hoje é tão especial porque trago sobre um livro muito fofo que irá encantar o coraçãozinho de muitos pequenos! Vocês poderão conhecer através dessa matéria um pouquinho mais sobre o escritor Francisco Paiva de Carvalho e o livro A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho

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Após se distanciar de seus pais e irmãos enquanto andavam pela floresta, o jabuti Cascudinho começa a ficar apavorado, ao sentir que estava perdido na escuridão da noite. Por sorte, Corisco, um tatuzinho bondoso que morava em uma toca ali perto, percebendo sua aflição, não pensa duas vezes e decide ajudá-lo. Assim começa entre eles uma verdadeira e eterna amizade. E surpreendendo até a si mesmo, o pequeno jabuti resolve atender ao pedido do novo amigo que queria muito conhecer sua casa.

A estranha casa do jabuti Cascudinho é uma bonita fábula que procura enaltecer a importância da família e, acima de tudo, da verdadeira amizade.

Paloma Viricio- Nos fale um pouquinho sobre o livro seu livro:  A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho.
Francisco Paiva de Carvalho- Essa obra, na verdade, nasceu da adaptação de um conto infantil, escrito há muitos anos, e que acabou sendo selecionado para uma antologia nacional, através de um concurso promovido SESC-DF, em 2009. Algumas pessoas que o leram disseram-me que haviam gostado muito e que eu poderia transformá-lo em livro. Aí, veio o sonho...

Paloma Viricio- Como surgiu inspiração para criar A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho?
Francisco Paiva de Carvalho- Surgiu por causa de um jabuti que vivia no imenso quintal da casa de minha sogra. Além dele, lá existia um coelho, gatos e cachorros. Todos tinha sua “casinha”; só ele que não. Certo dia, achei que poderia resolver esse “problema”. Foi assim que surgiu a inspiração para o livro.

Paloma Viricio- Como é o processo ou técnica para escrever livros infantis?
Francisco Paiva de Carvalho- Sempre me Inspiro nas atitudes das pessoas, no comportamento dos animais e também no que ocorre na natureza. Meu primeiro livro “Lua Crescente”, por exemplo, nasceu em uma noite estrelada quando, ao voltar para casa, notei que o formato da lua estava muito parecido com um bumerangue. A partir daí, imaginei que poderia criar um texto que, talvez, ficasse interessante. Lembrei das viagens que fazíamos à praia quando meus filhos ainda eram pequenos, das coisas que lá vivenciávamos e, misturando um pouco de realidade e ficção, fui construindo história. É, mais ou menos, assim que acontece comigo.



Paloma Viricio- Se pudesse ser personagem do livro, qual seria? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- Seria o tatuzinho Corisco. Quando ajudamos qualquer ser vivente, na verdade, o maior beneficiado somos nós mesmos. Inclusive, existe uma frase que sempre costumo postar em meu Twitter , que é a seguinte: "Que todas as pessoas obtenham a graça de sentir prazer em ajudar."  Eu queria, um dia, poder também alcançar essa graça.

Paloma Viricio- Como foi o processo para escolha e confecção da capa?
Francisco Paiva de Carvalho- Falei ao ilustrador o que eu imaginava e, paulatinamente, fomos trocando informações, até chegarmos ao formato que julgamos ideal. Nesse caso, achei por bem retratar a cena em que o jabuti Cascudinho revela ao seu amigo onde ficava a sua casa. É a mesma ilustração que aparece no último capítulo. Com a diferença de que, no miolo do livro, a imagem é em “preto e branco”, já que se trata de uma obra “com desenhos para colorir”.

Paloma Viricio- Como seria seu paraíso literário?
Francisco Paiva de Carvalho- Seria um país onde mais pessoas gostassem de ler e tivessem acesso aos livros de sua preferência; onde os escritores novos fossem mais valorizados e, ainda, a comercialização das obras literárias ocorresse de forma bem transparente.

Paloma Viricio- Diga um autor preferido no Brasil? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- José Mauro de Vasconcelos. Porque foi a sua belíssima obra “O Meu Pé de Laranja Lima”, que me fez tomar gosto pela leitura, pelo mundo literário...
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Paloma Viricio- Diga um autor estrangeiro preferido? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- Antoine de Saint-Exupéry. Depois que li “O Pequeno Príncipe”, comecei a ver o mundo com outros olhos; descobri, de uma maneira definitiva, o valor do tempo, de nossas escolhas, dos nossos relacionamentos, percebi o quanto as pessoas são importantes na vida de todos que estão à sua volta...

Paloma Viricio- Qual a dica que você daria para futuros escritores?
Francisco Paiva de Carvalho- Que tenham força de vontade, paciência e, acima de tudo, muita perseverança. Escrever é um ato solitário, que costuma nos trazer angústia e decepção, mas que também, às vezes, nos causa grande prazer. Por isso, acho que vale a pena, muito. Não podemos desistir nunca de nossos sonhos.

Paloma Viricio- Para encerrar gostaria de fazer um bate e volta com você.

Francisco Paiva de Carvalho-
Uma pessoa: minha esposa, Maria das Graças, companheira de quase 39 anos. Sem ela, com certeza, minha vida não teria tanto sentido.

Um desejo: a prevalência do bem sobre o mal. Para nós, espíritas, seria a transformação da Terra, atualmente um planeta de provas e expiações, em um planeta de regeneração.

Um livro: “Cem Anos de Solidão” (Gabriel García Márquez).

Uma música: “Céu de Santo Amaro” (Flávio Venturini  e Johann Sebastian Bach), dentre tantas outras.

Uma comida: pizza vegetariana.

Uma bebida: cerveja (bem gelada).

Uma frase: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida.” (Sêneca)

Animal de estimação: gato (atualmente, temos, em casa, seis gatinhas).


Literatura: família, religião (Doutrina Espírita) e literatura são, sem dúvida, as alavancas que impulsionam minha vida.

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Francisco Paiva de Carvalho nasceu em 1955, é mineiro de Pará de Minas (MG), bacharel em Direito, casado e pai de dois filhos. Tem poemas, contos adulto e infantil publicados em livros e jornais. Venceu concursos promovidos pela Prefeitura de Pará de Minas, pelo Movimento Pitanguiense de Ação Cultural e pela Universidade de Itaúna, entre outros; além de receber menções honrosas em concursos literários das Academias de Letras de Divinópolis (MG), Araguari (MG) e Cachoeiro do Itapemirim (ES). Obras publicadas: “Lua Crescente” (coautoria  com o ilustrador Fernando Reis) – Editora Novaterra – 2010 e “Meu Irmão, Meu Amigo” (ebook) Selo Off Flip Editora – 2016.


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