A entrevista de hoje é tão especial porque trago sobre um livro muito fofo que irá encantar o coraçãozinho de muitos pequenos! Vocês poderão conhecer através dessa matéria um pouquinho mais sobre o escritor Francisco Paiva de Carvalho e o livro A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho.
Após se distanciar de seus pais e irmãos enquanto andavam pela floresta, o jabuti Cascudinho começa a ficar apavorado, ao sentir que estava perdido na escuridão da noite. Por sorte, Corisco, um tatuzinho bondoso que morava em uma toca ali perto, percebendo sua aflição, não pensa duas vezes e decide ajudá-lo. Assim começa entre eles uma verdadeira e eterna amizade. E surpreendendo até a si mesmo, o pequeno jabuti resolve atender ao pedido do novo amigo que queria muito conhecer sua casa.
A estranha casa do jabuti Cascudinho é uma bonita fábula que procura enaltecer a importância da família e, acima de tudo, da verdadeira amizade.
Paloma Viricio- Nos fale
um pouquinho sobre o livro seu livro: A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho.
Francisco Paiva de Carvalho- Essa obra, na verdade, nasceu da adaptação de um
conto infantil, escrito há muitos anos, e que acabou sendo selecionado para uma
antologia nacional, através de um concurso promovido SESC-DF, em 2009. Algumas
pessoas que o leram disseram-me que haviam gostado muito e que eu poderia
transformá-lo em livro. Aí, veio o sonho...
Paloma Viricio- Como
surgiu inspiração para criar A Estranha Casa do Jabuti Cascudinho?
Francisco Paiva de Carvalho- Surgiu por causa de um jabuti que
vivia no imenso quintal da casa de minha sogra. Além dele, lá existia um coelho,
gatos e cachorros. Todos tinha sua “casinha”; só ele que não. Certo dia, achei
que poderia resolver esse “problema”. Foi assim que surgiu a inspiração
para o livro.
Paloma Viricio- Como é o processo ou técnica para escrever livros infantis?
Francisco Paiva de Carvalho- Sempre me Inspiro nas atitudes das
pessoas, no comportamento dos animais e também no que ocorre na natureza. Meu
primeiro livro “Lua Crescente”, por exemplo, nasceu em uma
noite estrelada quando, ao voltar para casa, notei que o formato da
lua estava muito parecido com um bumerangue. A partir daí, imaginei que poderia
criar um texto que, talvez, ficasse interessante. Lembrei das viagens que
fazíamos à praia quando meus filhos ainda eram pequenos, das coisas
que lá vivenciávamos e, misturando um pouco de realidade e ficção, fui construindo
história. É, mais ou menos, assim que acontece comigo.
Paloma Viricio- Se pudesse ser personagem do
livro, qual seria? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- Seria o tatuzinho Corisco. Quando ajudamos qualquer
ser vivente, na verdade, o maior beneficiado somos nós mesmos. Inclusive,
existe uma frase que sempre costumo postar em meu Twitter ,
que é a seguinte: "Que todas as pessoas obtenham a graça de
sentir prazer em ajudar." Eu queria, um dia, poder também alcançar essa
graça.
Paloma Viricio- Como foi
o processo para escolha e confecção da capa?
Francisco Paiva de Carvalho- Falei ao ilustrador o que eu imaginava e,
paulatinamente, fomos trocando informações, até chegarmos ao formato que
julgamos ideal. Nesse caso, achei por bem retratar a cena em que o jabuti
Cascudinho revela ao seu amigo onde ficava a sua casa. É a mesma
ilustração que aparece no último capítulo. Com
a diferença de que, no miolo do livro, a imagem é em “preto e
branco”, já que se trata de uma obra “com desenhos para colorir”.
Paloma Viricio- Como
seria seu paraíso literário?
Francisco Paiva de Carvalho- Seria um país onde mais pessoas gostassem de ler e
tivessem acesso aos livros de sua preferência; onde os escritores novos fossem
mais valorizados e, ainda, a comercialização das obras literárias ocorresse de
forma bem transparente.
Paloma Viricio- Diga
um autor preferido no Brasil? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- José Mauro de Vasconcelos. Porque foi a
sua belíssima obra “O Meu Pé de Laranja Lima”, que me fez tomar gosto
pela leitura, pelo mundo literário...
Paloma Viricio- Diga
um autor estrangeiro preferido? Por quê?
Francisco Paiva de Carvalho- Antoine de Saint-Exupéry.
Depois que li “O Pequeno Príncipe”, comecei a ver o mundo com outros
olhos; descobri, de uma maneira definitiva, o valor do tempo, de nossas
escolhas, dos nossos relacionamentos, percebi o quanto as pessoas são
importantes na vida de todos que estão à sua volta...
Paloma Viricio- Qual a
dica que você daria para futuros escritores?
Francisco Paiva de Carvalho- Que tenham força de vontade, paciência e, acima de
tudo, muita perseverança. Escrever é um ato solitário, que costuma nos trazer
angústia e decepção, mas que também, às vezes, nos causa grande prazer. Por
isso, acho que vale a pena, muito. Não podemos desistir nunca de nossos sonhos.
Paloma Viricio- Para
encerrar gostaria de fazer um bate e volta com você.
Francisco Paiva de Carvalho-
Uma
pessoa: minha esposa, Maria das Graças, companheira de quase 39 anos. Sem
ela, com certeza, minha vida não teria tanto sentido.
Um
desejo: a prevalência do bem sobre o mal.
Para nós, espíritas, seria a transformação da Terra, atualmente um planeta de
provas e expiações, em um planeta de regeneração.
Um livro: “Cem
Anos de Solidão” (Gabriel García Márquez).
Uma
música: “Céu de Santo Amaro” (Flávio Venturini e Johann Sebastian Bach),
dentre tantas outras.
Uma
comida: pizza vegetariana.
Uma
bebida: cerveja (bem gelada).
Uma
frase: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por
si só, uma vida.” (Sêneca)
Animal de
estimação: gato (atualmente, temos, em casa, seis gatinhas).
Literatura: família,
religião (Doutrina Espírita) e literatura são, sem dúvida, as alavancas que
impulsionam minha vida.
Francisco Paiva de Carvalho nasceu em 1955, é mineiro de Pará de Minas (MG), bacharel em Direito, casado e pai de dois filhos. Tem poemas, contos adulto e infantil publicados em livros e jornais. Venceu concursos promovidos pela Prefeitura de Pará de Minas, pelo Movimento Pitanguiense de Ação Cultural e pela Universidade de Itaúna, entre outros; além de receber menções honrosas em concursos literários das Academias de Letras de Divinópolis (MG), Araguari (MG) e Cachoeiro do Itapemirim (ES). Obras publicadas: “Lua Crescente” (coautoria com o ilustrador Fernando Reis) – Editora Novaterra – 2010 e “Meu Irmão, Meu Amigo” (ebook) Selo Off Flip Editora – 2016.
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