‘O PÁLIDO OLHO AZUL’: SUSPENSE INSPIRADO EM EDGAR ALLAN POE
‘O Pálido Olho Azul’: Suspense inspirado em Edgar Allan Poe
Por Paloma Viricio
Quando soube do lançamento deste filme, simplesmente enlouqueci! Por dois motivos inicias: primeiro, e mais obvio, que amo Edgar Allan Poe. Ele foi uma das minhas grandes inspirações quando estava escrevendo meu livro Poesias que Sangram. Segundo, e nem tão, mas ainda assim obvio é porque amo suspense e tramas investigativas. Que chamarisco melhor para me puxar para a frente da telinha?
O
Pálido Olho Azul é uma adaptação do livro de Louis Bayard e possui roteiro e
direção de Scott Cooper. Chega prometendo cativar o espectador através de um
elenco de peso composto por nomes como: Harry Melling, Lucy Boynton,
Gillian Anderson e Christian Bale. Mas será que o suspense consegue prender, entreter
como pensamos?
“A perversidade é um dos impulsos
primitivos do coração humano.” E. A. Poe
Uma mente brilhante, desprezada e humilhada por sua excentricidade |
O Pálido Olho Azul (The Pale Blue Eye) não é um dos melhores filmes de mistério/crime que já assisti, mas confesso que gostei muito da proposta e acho que se deve ao fato da presença poética e excêntrica de Poe. Sem sombra de dúvida é a personagem mais cativante da película, abafando até mesmo o outro protagonista de alta relevância, o Sr. Augustus Landor (Christian Bale).
Mas ainda sim, Landor passa
muito mistério, emoção e pesar para a trama. Um homem solitário, infeliz que
tenta rever através dos acontecimentos sentido no seu próprio caminho.
É fascinante
para qualquer fã do autor, saber que o filme foi inspirado na vida real dele. É
como ver alguém que deu vida a histórias que te encantaram também ganhar vida.
Parece que a imagem do poeta e pai do terror, está em alta na Netflix. Pois ele
já havia sido constantemente lembrado em Wandinha recentemente. Admirei demais
a atuação de Harry Melling que interpretou Edgar Allan Poe com maestria.
Nada melhor do que a sábia mente de um homem dos livros |
Mas o
suspense criminal vale a pena? Bom, eu curti bastante. Algumas pessoas acharam
o filme um pouco parado, mas curti como o roteiro foi bem escrito, como o desenrolar
da trama se deu e como as personagens foram se desenvolvendo. Há uma carga
bastante dramática, melancólica e pesada em todo o contexto. A fotografia
estava linda, tão convidativa para os corações góticos. Uma atmosfera azulada,
pálida e sombria a lá Harry Potter.
"Os limites que separam a vida da morte são sombrios e vagos." Edgar Allan Poe
Ainda
assim, o suspense não é daqueles que te faz pirar a cabeça tentando desvendar
os fatos. Sabe, tipo romance da Agatha Christie? Gente, não sei vocês, mas
mesmo tentando nunca consegui descobrir o assassino nos livros dessa mulher o
que faz dela a minha escritora favorita para o gênero.
O Resumo da ópera é que O Pálido Olho Azul poderia ter surpreendido mais. Apesar da carga emocional, dramática ser imensa, o filme teria sido perfeito se tivesse apresentado mais plot twist. Mas serve ao propósito de aquecer um pouquinho os corações dos fãs de Poe.
Romance morno, mas mesmo assim fiquei suspirando um pouquinho. Até que... sangue foi derramado. |
Há um
leve romance durante o passar dos minutos entre Poe e Lea Marquis (Lucy Boynton),
mas não há foco sustentável nisso. Ajuda a dar uma romantizada maior na imagem
do escritor, pois afinal, que poeta viveria sem grandes paixões? É até
interessante o envolvimento dos jovens, colocando Poe na boca do furacão, já
que a família Marquis tem grande importância no desenrolar do desfecho que poderia
ter sido, inclusive, um pouco melhor.
Fico
imaginando como seria viver na época do escritor, por falar nisso, o figurino das
personagens é muito legal. Esse é um dos detalhes que mais curto em obras de
época. Sei que Poe era um homem incompreendido, triste e que sofreu muita dor
na vida com perdas de pessoas amadas.
Sempre tive uma queda por pessoas estranhas, então, querido autor tu es fabuloso |
“É de se apostar que toda ideia pública, toda convenção aceita seja uma tolice, pois se tornou conveniente à maioria.” Edgar Allan Poe
Era boêmio, o vício na bebida pode ter sido um dos motivos para sua morte tida como
desconhecida, mas ainda assim... imagina ter uma prosinha com ela em uma taverna?
E se ele fosse um homem deveras inteligente com um baita fôlego para resolver
enigmas, assim como no filme, tudo ficaria ainda mais emocionante.
Sombrios, esquisitos e perturbados. Família ê, Família Ah, Família... |
5 comments