Dizem que o universo nos conecta com aqueles que são compatíveis conosco. Mas além da conexão energética, acredito que há algo maior que une pessoas com o propósito de um aprendizado. A primeira vez que Akito (Ren Nagase) avistou Haruna (Natsuki Deguchi) atirando algumas cores em um simples papel, ele não poderia imaginar que teria uma perspectiva totalmente diferente da vida, das pessoas e do mundo.
Esse drama me proporcionou
momentos interessantes porque conseguiu arrancar sorrisos e lágrimas dos meus
olhos naturalmente. Apesar do peso que a trama entrega, há algo além que conquista
nossos corações. Eu não sei dizer se é a resiliência de Haruna ou o jeito
obstinado do Akito, mas é uma obra que ficará gravada na minha mente como uma
das mais emocionantes que eu já vi.
A mensagem de esperança
que o filme passa se torna um ensinamento. Não interessa se você tem seis meses
ou um ano de vida, é importante fazer valer à pena cada momento vivido até o
último suspiro. O que é a vida senão um emaranhado de grandes conquistas? As personagens
nos conquistam com a docilidade e os dons artísticos, mas, além disso, mostram
que você deve dar o máximo que pode a cada dia sem se importar com as
circunstâncias.
Também refleti bastante sobre
a futilidade das relações humanas no mundo atual. Vejo cada vez mais produções
asiáticas que tentam resgatar nos corações humanos a questão do companheirismo,
fidelidade e honestidade. Quando o Akito criou um olhar diferente sobre a
Haruna ele fez a diferença, porque passou a ter uma atitude diferenciada da
normativa.
Parece que as pessoas não
querem mais ficar. As dificuldades de construir laços significativos está cada
vez mais forte. E não pense que falo sobre situações mais complexas como as das
personagens. Por muito menos, você se torna facilmente motivo de descarte para
o outro como um objeto quebrado. Com a facilidade tecnológica que deveria
aproximar indivíduos para a construção, na verdade promove o distanciamento das
pessoas cada dia mais. Acredito que tirar os olhos da costumeira tela do
celular para mirar outra retina é um ato de coragem... para poucos.
Até que as cores acabem me
fez ter vontade de viver sem barreiras. Sem criar limitações bobas que muitas
vezes são apenas pequenas alucinações viciosas da nossa própria mente e do ego.
Porque... se você parar para pensar quem realmente se importa com o que você
faz, pensa ou realiza se não você mesmo? Se sua existência tiver um fim
prematuro, qual marca você seria responsável por deixar de herança para o
mundo?
Falando um pouco de
questões mais técnicas, mas como uma simplória observadora de dramas, a
fotografia dessa obra é espetacular. Até que as cores acabam te faz desejar
viver em um mundo cada vez mais colorido, por vezes desbotado pelas incertezas,
mas com as cores os sentimentos de Haruma e Akito conseguiam pintar. A trilha
sonora é muito bonita e o roteiro possui sacadas inteligentes com cenas e sequelas
muito fofas (na medida do possível que um drama nos permite). Só fiquei
realmente triste porque não consegui achar nada significativo sobre a parte
musical na internet. [Clipe fofinho aqui ❤]
A live-action é uma
adaptação do livro Yomei Ichinen no Boku
ga, Yomei Hantoshi no Kimi to Deatta Hanashi’ de de Aoi Morita que foi publicado no Japão
(2021). Conta com o roteiro de Tomoko Yoshida e direção de Takahio Miki. De
modo geral, indico muito esse filme, mas aviso para que vá com o coração aberto
e preparado para fortes emoções.
0 comments